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BES: Salgado é inibido de ser banqueiro no Dubai

A Dubai Financial Services Authority (DFSA) considera que o ex presidente do BES não é “uma pessoa capaz e adequada para ser um diretor licenciado” de uma instituição bancária. Banco de Portugal nunca chegou a retirar-lhe a idoneidade. Reguladores da Suíça, Miami e Panamá também “apertam o cerco”, segundo refere o jornal Expresso.
Foto Miguel A. Lopes/Lusa

Num comunicado divulgado esta quinta feira, a DFSA explica que “suspendeu o estatuto do senhor Ricardo Espírito Santo Silva Salgado como um indivíduo autorizado”, já que “deixou de considerar o senhor Salgado como sendo uma pessoa capaz e adequada para ser um diretor licenciado de um banco”.

Segundo avança o semanário Expresso, o regulador do Dubai refere no documento a intervenção intrusiva das autoridades locais no Espírito Santo Bankers Dubai (ESBD), que resultou na impossibilidade de o banco pagar ou receber depósitos e na obrigação de manter e preservar os seus ativos.

As restrições foram impostas “devido ao fracasso de um banco do Grupo Espírito Santo, sedeado na Suíça, o Banque Privée Espírito Santo (BPES), em honrar compromissos contratuais com o ESBD e pagar depósitos detidos pelo ESBD no decurso normal do negócio”, explica a DFSA.

O regulador suíço sublinha, inclusive, que “este fracasso do BPES em honrar as suas obrigações legais comprometeu seriamente as operações e a solvência do ESBD”.

Suíça, Miami e Panamá “apertam o cerco”

O Expresso refere também que, na sexta feira da semana passada, as autoridades suíças ordenaram o congelamento de todas as contas do BPES. Já esta sexta feira, o regulador suíço – Swiss Financial Market Supervisory Authority (FINMA) – anunciou formalmente o processo de insolvência do BPES, que estava “sobre-endividado”.

A FINMA esclareceu ainda que, embora o BPES não estivesse consideravelmente exposto a dívida das holdings do GES, “a perda de confiança na sequência do colapso do grupo colocou problemas sérios para o banco suíço, particularmente porque não foi incluído nas medidas de reestruturação ordenadas pelas autoridades portuguesas para o banco português”.

O regulador suíço faz assim alusão ao facto de o Banco de Portugal ter protegido os clientes de retalho em Portugal, mas não os da Suíça, o que tem sido questionado juridicamente.

Vários reguladores norte americanos estão, por sua vez, a investigar a unidade do BES na Florida.

“A Security and Exchange Commission (SEC) e a Federal Deposit Insurance Corp., em conjunto com o regulador financeiro da Florida e uma organização de autoregulagão de Wall Street, estão a olhar para o negócio do banco sedeado em Miami – num arranha céus de 36 andares também detido pelo GES – com o banco do grupo no Panamá que, por sua vez, foi intervencionado pelo regulador daquele país em julho”, escreve o semanário.

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