Está aqui
Angola: jovem estudante foi morto na manifestação de 11 de novembro
A morte de Inocêncio de Matos foi conhecida através da reportagem da TPA (Televisão Pública de Angola) na noite do próprio dia 11 de novembro. O chefe da equipa do banco de urgência do Hospital Américo Boavida, para onde foi levado o jovem, confirmou a sua morte.
O médico António Manuel declarou à TPA que o jovem morreu devido a ferimentos na cabeça provocados por um objeto contundente que lhe provocou um trauma na cabeça, "com sangramento ativo e exposição da massa cerebral", segundo refere o Novo Jornal (NJ).
"Chegámos à conclusão que se tratava de uma fratura exposta, com afundamento dos ossos do crânio, em que havia, para além do sangramento, por lesão vascular, a saída da massa encefálica", explicou o clínico, que disse ainda que o jovem estudante deu entrada com mau prognóstico e acabou por falecer por paragem cardiorrespiratória irreversível.
Movimento de Estudantes Angolanos exige punição dos assassinos
Em nota de condolências, o Movimento de Estudantes Angolanos (MEA) afirma que Inocêncio de Matos era estudante do 3º ano da Faculdade Agostinho Neto, tinha 26 anos de idade e foi vítima da brutalidade policial na manifestação de 11 de novembro, “ bem defronte ao hospital Américo Boa Vida”. (ver nota completa no facebook aqui)
“Não existem explicações precisas para descrever a brutalidade imposta pela polícia Nacional aos jovens desarmados que com a sua voz apenas exigiam o que é de direito”, refere o MEA, que “insta” o Ministério da Justiça, a Provedoria da Justiça e o parlamento angolanos, assim como a comunidade internacional e a sociedade civil, a se posicionarem “diante deste crime hediondo numa altura em que o país precisa da força da sua juventude”. O movimento insta também o Presidente da República a tomar posição e exige a punição dos assassinos, “assim como os seus mandantes (comandante do distrito do Rangel, diretor das operações de Luanda e o comandante provincial da polícia Nacional”.
O MEA diz ainda que Inocêncio de Matos é para o movimento “um exemplo de luta e coragem para uma Angola que orgulha-nos a todos, pois não morreu roubando o estado mas por justiça social”.
Inocêncio de Matos tinha 26 anos e era natural do Uíge. Os seus companheiros disseram ao NJ que "o funeral acontecerá oportunamente numa data e hora a indicar pela família". E pedem ajuda para a família, em bens alimentares e em donativos para uma conta bancária, para a realização do funeral.
Adicionar novo comentário