Mariana Mortágua acusa primeiro-ministro de governar “para a ganância”

17 de julho 2024
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No debate do Estado da Nação desta quarta-feira, Mariana Mortágua acusou o Governo da Alternativa Democrática de ser um “governo que governa para a ganância” e que “confunde a economia com os donos da economia”. Num debate marcado pelas picardias entre os dois partidos do centro, o Bloco de Esquerda questionou o primeiro-ministro sobre os problemas concretos na saúde, na imigração e na justiça fiscal.

A coordenadora nacional do Bloco de Esquerda começou por encorajar quem acompanhava o debate a imaginar um primeiro-ministro que acompanhasse António Guterres no reconhecimento de um Estado da Palestina, que subisse os salários para mil euros, que melhorasse as condições de carreiras na saúde e que defendesse o direito à habitação e a regularização dos imigrantes.

Depois, contrastou essa imagem com as tomadas de posição de Luís Montenegro, questionando o primeiro-ministro sobre o fim das manifestações de interesse para a regularização de imigrantes, dizendo que “a direita não quer menos imigrantes em Portugal”, mas que apenas os quer “mais fragilizados, mais baratos e mais calados”. A deputada acusou ainda a direita de não querer mais saúde nem mais habitação, mas sim de querer “mais negócio”.

Digirindo-se aos deputados, Mariana Mortágua explicou que o Estado da Nação é “apenas um trailer do que vai acontecer no Orçamento de Estado”, onde o Governo deixará passar as medidas que beneficiam os “donos de Portugal”, sem que ninguém “lhes exija um cêntimo a mais em salários”.

Para finalizar o seu discurso, a coordenadora nacional do Bloco de Esquerda afirmou que o projeto que o Governo está a construir “só serve para aumentar desigualdades” e para o qual a esquerda não será requisitada, mostrando-se, no entanto, disponível para dialogar sobre o aumento de salários, a diminuição do tempo de trabalho, as carreiras do SNS, o acolhimento de imigrantes, o ambiente e a regularização do turismo.

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