Alberto Matos

Alberto Matos

Dirigente do Bloco de Esquerda

Do baú das memórias, desenterro o artigo que escrevi na revista "A COMUNA" n.º 6, de Setembro 2004: "O fogo e as cinzas - desertificação avança", hoje republicado e cujo título alude à obra homónima de Manuel da Fonseca. O que mais choca é que ele está estupidamente atual.

Agradeço ao Mário Tomé a atenção que dedicou ao meu artigo e respondo à sua pergunta: “O imperialismo é um sistema de dominação mundial do capital financeiro, não se reduz a uma única hiperpotência nem um somatório de potências”.

A causa da inflação não está nos salários mas sim no aumento do preço de matérias-primas e de outros fatores de produção e, claro, na especulação financeira que se aproveita da conjuntura. Nesta corrida, os salários são a lebre e o capital o caçador.

Vistos em perspetiva, os 48 anos menos 33 dias da “longa noite fascista” foram uma eternidade comparados com o fervilhar da vida em democracia e o turbilhão de acontecimentos dos últimos 48 anos.

Na retórica preparatória da invasão da Ucrânia, Putin utilizou um argumento que deve fazer pensar quem, à esquerda, continua a apoiar a escalada belicista.

A maior colheita de azeitona de sempre! Os títulos dos jornais e as reportagens não podiam ser mais encomiásticos. Quase sem dar por isso e apesar dos críticos do costume, viveríamos num mundo à beira da perfeição, não foram umas pequenas nuvens que sempre espreitam no horizonte.

Esta Resolução do Conselho de Ministros pode resumir-se numa expressão: SIMPLEX contentores. Pior era impossível, apesar de tudo o que este governo já nos habituou, por ação e omissão, face à agricultura intensiva no sudoeste e no Alqueva. Uma autêntica vergonha!

Não adianta chorar lágrimas de crocodilo pela situação miserável de milhares de trabalhadores imigrantes, nalguns casos a roçar o trabalho escravo, se se continuar a alimentar este modelo.

No passado dia 9 de Junho, por agendamento do Bloco de Esquerda, a Assembleia da República debateu e votou vários projetos de Lei e de Resolução (Bloco, PCP, PEV e PAN) que se propunham travar a expansão selvagem dos olivais e amendoais intensivos e superintensivos.

Continuam a ser plantados milhões de pés de olival. Num cenário de alterações climáticas a rega destas monoculturas é sustentável? Vai sobrar água com qualidade para abastecimento humano?