Miguel Portas

Miguel Portas

Eurodeputado, dirigente do Bloco de Esquerda, jornalista.

No dia em que se assinalam os três anos da sua morte, o Esquerda.net republica uma crónica de Miguel Portas de abril de 1999, retirada no livro E o resto é paisagem: A cada um a sua revolução. A minha iniciou-se ainda no tempo da outra senhora, uma expressão que caiu em desuso. E coincidiu com outra, obrigatória pela lei da vida, a da passagem à adolescência. 

Neste Conselho, Durão Barroso teve um momento de glória: pôde apresentar aos líderes europeus, em première mundial, um colorido power point.

A gangrena da austeridade contamina toda a União e liquida o "modelo de salvamento" imposto às periferias.

O novo Tratado não resolve nenhum problema. Ele é mais um problema. A sua lógica, como a do Plano de Estabilidade e Crescimento que lhe serve de base, é recessiva.

Sarkozy não quer para a França a cura que impõe aos outros e até explica porquê. Deve pensar que somos mesmo muito estúpidos...

O resultado político linear da crise iniciada nos idos de 2008 é simples: todos caem.

A mais importante decisão imposta aos gregos é também a mais simbólica e humilhante: a troika transferiu-se de armas e bagagens para Atenas.

A arrogância e a imprevisibilidade do “estilo Jardim”, popular na ilha, suscita no Continente reacções que vão do gozo ao desdém.

Ou o presidente da Comissão assume por real o mundo imaginário que criou e nos transforma a todos em extra-terrestres dentro da nossa própria casa, ou é bom que pense em reformar-se.

A cadeia de asneiras em que a União mergulhou desde que tentou aprovar uma Constituição sem Constituinte eleita, dificulta a exploração de novas vias democráticas