Trabalhadoras domésticas apresentaram manifesto em Lisboa

02 de junho 2024
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O manifesto “Sonhos de uma vida melhor” já tinha sido apresentado em Estrasburgo, numa iniciativa da eurodeputada Anabela Rodrigues. As trabalhadoras reivindicam o reconhecimento de condições mínimas de trabalho e direitos como em qualquer outra profissão. Fotos de Ana Mendes.



Um grupo de trabalhadoras domésticas prosseguiu este domingo a sua mobilização pelo reconhecimento dos direitos no seu trabalho em Lisboa, um mês após terem ido ao Parlamento Europeu apresentar a iniciativa e divulgar uma declaração de compromisso a subscrever pelos candidatos às eleições europeias de 9 de junho.

Catarina Martins já subscreveu o compromisso e esteve na Quinta das Conchas este domingo para dar apoio à iniciativa para que “quem trabalha em limpeza e cuidados seja respeitado”.

“É trabalho, sobretudo, de mulheres e é trabalho muito mal pago e sem direitos. E nós não podemos continuar a tratar tão mal quem tem funções tão essenciais na nossa vida. Estas trabalhadoras de serviço doméstico trazem-nos este Manifesto, trazem-nos os seus problemas e nós estamos aqui comprometidos com essa ideia de que a limpeza, os cuidados, são trabalho e estas mulheres têm que ser respeitadas”, defendeu Catarina.

“Nós queremos garantir às trabalhadoras de serviço doméstico, trabalhadoras de limpeza, trabalhadoras de cuidado, que têm os mesmos direitos que qualquer outro trabalhador”. E se em Portugal já “houve alguns avanços”, a regra geral na Europa continua a ser o não reconhecimento dos seus direitos básicos, acrescentou.

A cabeça de lista do Bloco às europeias destacou ainda o “trabalho extraordinário” que tem vindo a ser desenvolvido por Anabela Rodrigues, que substituiu Marisa Matias no Parlamento Europeu a seguir às legislativas e promoveu a ida das organizadoras do manifesto a Estrasburgo para o apresentarem aos eurodeputados. “Ela é das pessoas mais preparadas deste país e eu sinto um enorme privilégio por contar com ela nesta lista e nesta luta”, afirmou Catarina Martins.

Questionada pelos jornalistas sobre a sua expetativa de ver eurodeputados de outras bancadas a subscreverem este compromisso com as trabalhadoras domésticas, Catarina respondeu que “quando chega tanto aos direitos de trabalho como aos direitos das mulheres, infelizmente, não há tantos partidos capazes de se comprometer” com essas questões.