Segundo avança o diário Kathimerini, os arquivos nazis referem-se ao período de quatro anos desde o início da invasão da Grécia em 1941, a batalha de Creta, a ocupação de Atenas e a repressão do movimento de resistência grega que se prolongou até 1944.
Segundo a responsável pela investigação, Efi Pasjalidu, do Departamento de História do Exército grego, os documentos revelam "uma lista interminável de tragédias": desde a especificação do número de cretenses que deviam ser executados por cada soldado alemão morto ou ferido (10 para cada soldado alemão), assassinatos em massa que foram cometidos, destruição e queima de aldeias, à apreensão de bens e alimentos a uma população dizimada pela fome.
"Não pode haver hesitação, mesmo em relação aos familiares, os suspeitos têm de ser executados no momento", lê-se num telegrama, onde é ainda referido que qualquer sinal de fraqueza "será pago com sangue alemão".
"O valor destas informações é que elas não provêm de um avô grego, mas das próprias forças de Hitler", sublinhou a historiadora em declarações à agência France Presse.
Mediante o resultado desta investigação, o governo de Atenas espera poder pressionar a Alemanha no que respeita à indemnização, a título de reparação de guerra, nunca cumprida por Berlim.
O Parlamento grego criou ainda uma comissão especial para reivindicar o reembolso de um empréstimo forçado, exigido pelas forças de ocupação ao Banco Nacional, e a devolução de tesouros arqueológicos confiscados pelas tropas alemãs.