Trabalhadores da Moviflor manifestam-se contra despedimentos

08 de December 2013 - 17:09

Este domingo, os trabalhadores da Moviflor concentraram-se em frente a várias lojas da cadeia de imobiliário para defender os seus postos de trabalho e reclamar o pagamento dos salários em atraso. CGTP acusou a Moviflor de estar a promover a escravidão no trabalho. Deputada do Bloco Mariana Mortágua manifestou a sua solidariedade aos trabalhadores e denunciou a forma "vergonhosa" como está a ser conduzido este processo.

PARTILHAR

No Porto, os trabalhadores concentraram-se à entrada do parque de estacionamento da loja na estrada da Circunvalação, entoando palavras de ordem como “Salários sim – Desemprego não”.

Um dos trabalhadores presentes na manifestação afirmou, em declarações à agência Lusa, que os cerca de 500 trabalhadores que se encontram em casa na sequência da suspensão temporária do contrato de trabalho “continuam sem saber quando vão trabalhar ou qual é o seu futuro”.

“Alguns dos trabalhadores, em casa há meio ano, já se viram na necessidade de recorrer ao Banco Alimentar”, frisou Rui Silva, lembrando que, ainda que tenham sido dado garantias no sentido da banca “fornecer a verba necessária para viabilizar a empresa”, até agora “nada disso foi feito”.

“A empresa está a trabalhar nas piores condições neste momento, só com cerca de sete ou oito trabalhadores por loja e com problemas com os fornecedores que esperam que seja injetado o dinheiro do plano”, acrescentou.

Na opinião de Rui Silva as condições de operação da empresa têm-se vindo a degradar, com problemas de fornecedores, atrasos nas entregas, um “marketing adormecido” e envio de material para as lojas de Angola e Moçambique “sem que venha o dinheiro para cá para pagar o material fornecido”.

O secretário-geral da CGTP esteve presente na concentração que teve lugar em frente da loja de Corroios, Setúbal, tendo acusado a Moviflor de estar a promover a escravidão no trabalho.

A deputada do Bloco Mariana Mortágua também esteve presente no local e prestou a sua solidariedade aos trabalhadores. A dirigente bloquista frisou que este processo tem sido conduzido de uma forma "vergonhosa", lamentando que os cerca de 600 trabalhadores desta cadeia de mobiliário, que contam com três e quatro salários em atraso, não tenham sido auscultados durante a discussão do Plano Especial de Revitalização anunciado em novembro.

O PER prevê o despedimento de 325 pessoas e o encerramento de 7 lojas.

Neste domingo realizaram-se ainda concentrações em Braga e Olhão.