João Camargo

João Camargo

Investigador em Alterações Climáticas. Escreve com a grafia anterior ao acordo ortográfico de 1990

Não somos nós que não conseguimos mudar, são os donos do capitalismo que não querem abdicar do seu monstruoso poder.

Sou anticapitalista porque não acredito em magia. Mas há condições para resolver a crise climática.

Só faremos isto em conjunto, pela acção persistente e decidida de milhões de pessoas. “Vamos mudar o destino da Humanidade.”

Damos, enquanto civilização, um novo passo em frente com a greve climática estudantil, mas não nos podemos acomodar, por mais retumbante que seja o seu sucesso.

As alterações climáticas são a maior crise alguma vez enfrentada pela civilização humana. É um sinal de alarme total.

Termina este ano a experiência governativa mais ampla da 3ª República, onde houve mais forças políticas a apoiar um governo do que a opor-se a ele pela primeira vez após a revolução.

O governo de António Costa provou, em todos os momentos, ser um governo que deseja, contra a vontade das populações, que haja exploração de petróleo e gás em Portugal.

Precisamos de um New Deal climático, mobilizando recursos e vontades numa escala maior do que aconteceu na II Guerra Mundial.

Não é de espantar que seja cada vez mais radicalizada a acção política para travar o colapso climático.

Nas folhas de publicidade dos principais jornais do país foi publicado um um manifesto pelo eucalipto, algo que até agora ainda não tinha surgido na sociedade portuguesa.