"Previsões da OCDE confirmam falhanço do Governo"

27 de July 2012 - 0:18

O relatório da OCDE prevê agravamento da recessão e desemprego em Portugal no próximo ano. A deputada bloquista Mariana Aiveca defendeu que "os sacrifícios não podem continuar a ser pedidos sempre aos mesmos" e desafiou o Governo a taxar os rendimentos do capital e a renegociar a dívida.

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"A receita de cortes nos salários e de baixos salários é errada", diz Mariana Aiveca. Foto Paulete Matos

"O relatório confirma que as perspetivas do Governo falharam, que a recessão vai ser maior e que o desemprego vai ser maior", disse a deputada aos jornalistas.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) divulgou perspetivas mais pessimistas que as do Governo, prevendo que a economia portuguesa irá encolher 3,2 por cento este ano e 0,9 por cento em 2013. O relatório também afirma que o Governo irá falhar as metas do défice por 0,1% do PIB este ano e 0,5% no próximo. Quanto ao desemprego, as previsões da OCDE apontam para uma subida até 15,4% este ano e 16,2% no próximo.



"O que é absolutamente necessário são políticas que combatam a recessão, que criem crescimento da economia e que nos tirem deste drama primeiro ou deste drama maior que é o desemprego, para isso, e à cabeça, é necessário que façamos uma renegociação da dívida", afirmou Mariana Aiveca, citada pela agência Lusa.



A deputada bloquista defendeu que o Governo tem de "arrepiar caminho" na questão dos cortes dos subsídios, "que o próprio Tribunal Constitucional declarou inconstitucionais", e "taxar os rendimentos de capital". "Essas seriam as medidas que permitiriam que a economia não entrasse em recessão e que o desemprego não crescesse", afirmou.



"A receita de cortes nos salários e de baixos salários é errada", acrescentou Mariana Aiveca, discordando das recomendações da OCDE que defendem a continuação dessa receita, por exemplo através da redução ainda maior da indemnização por despedimento ou do ataque à contratação coletiva, substituindo a negociação dos contratos de trabalho por setor pela negociação por empresa.