Marisa Matias

Marisa Matias

Deputada, dirigente do Bloco de Esquerda, socióloga.

Esmaga-nos a total impunidade de um governo que não olha a meios para aniquilar um povo.

Mais do prevenir abusos ou “desenhar” a realidade digital, o pacote legislativo avançado pela Comissão Europeia para os serviços e mercados digitais é mais uma proposta que corre atrás do tempo.

O estatuto levou tempo a ser regulamentado e deixou de fora muitos dos direitos que lhes são devidos, mas avançou e, mesmo que fosse apenas pelo reconhecimento, já teria valido a pena. O problema é que são muito poucas as pessoas que pediram o estatuto até ao momento.

Os tempos que temos pela frente vão ser, aliás, já estão a ser, difíceis. Trazer a público as divergências com quem coordena a resposta de saúde pública não os vai simplificar e é uma tremenda irresponsabilidade.

Em todo o mundo, são 79,5 milhões de pessoas deslocadas em resultado da guerra, de perseguição ou da violação de direitos humanos. O número nunca foi tão elevado. São mais 9 milhões de pessoas do que em 2018 e quase o dobro em relação a 2010.

O que se está a passar com a Síria é, do ponto de vista da atenção internacional, o mesmo que já se passou com a Palestina já há mais tempo. Mais cedo ou mais tarde, haverá sempre outras crises que se virão sobrepor às tragédias que estes países vivem.

A pandemia ensinou-nos que os bens essenciais do país são o trabalho e os serviços públicos. É neles que temos que investir como pilares da segurança de todos.

As aplicações de rastreio têm sido apresentadas por vários governos como uma espécie de magia: com a sua introdução consolida-se a percepção de que se está a fazer alguma coisa, mesmo que não seja o caso.

A covid-19 infectou a globalização que já dava muitos sinais de doença. Os desafios são mais do que muitos, desde a retoma do multilateralismo, ao reforço das solidariedades e da democracia, à desmercantilização das relações sociais.

Morangos, espargos e pêssegos que ficam por apanhar. Ovelhas com a lã por cortar. Um pouco por toda a Europa vai aumentando o desespero de agricultores que não têm mão de obra.