Catarina realça importância de investimento em infraestruturas na cooperação entre Portugal e Galiza

14 de December 2020 - 13:53

Catarina Martins reuniu esta segunda-feira com Ana Pontón, Presidente do Bloque Nacionalista Galego, onde discutiram formas de cooperação em várias matérias.

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Ana Pontón sublinhou que "a ligação ferroviaria Vigo-Porto, o Corredor Atlâtico de mercaderías e o Eixo Atlântico de mercadorías são os três projetos fundamentais que defendemos".
Ana Pontón sublinhou que "a ligação ferroviaria Vigo-Porto, o Corredor Atlâtico de mercaderías e o Eixo Atlântico de mercadorías são os três projetos fundamentais que defendemos". Foto via Twitter @BNG_ParlEuropa

Agradecendo o convite do BNG, Catarina relembrou que ambos os partidos “têm vindo a trabalhar em conjunto ao longo dos anos”, e felicitou o partido pelos recentes resultados das eleições ao parlamento regional Galiza, em julho deste ano, onde obteve o seu melhor resultado de sempre com 23,8% e 19 deputados eleitos.

Esse trabalho comum tem passado por iniciativas na Assembleia da República sobre esta cooperação com o Parlamento Regional da Galiza, bem como no Parlamento Europeu, nomeadamente nas “questões estratégicas de desenvolvimento”.

“O centralismo do Estado espanhol, tal como o centralismo de Portugal, não ajudam ao desenvolvimento”, explicou a coordenadora do Bloco de Esquerda, acompanhada também pela deputada Isabel Pires bem como por José Soeiro e José Maria Cardoso.

“É para nós claro que uma concentração dos investimentos, um desenho de infraestruturas que não promove a coesão territorial tem sido um dos obstáculos ao desenvolvimento do país, e tem vindo a ser uma das razões de despovoamento de grande parte do território”, explicou.

“A região Norte de Portugal tem relações muito próximas, quotidianas, económicas, familiares e culturais com a Galiza, e essas relações têm permitido que esta seja uma das regiões do país que mantém uma capacidade económica e uma população” de forma “diferente do que aconteceu noutras regiões”, onde a concentração em Lisboa tem vindo a despovoar o território.

Realçando a necessidade de desenvolvimento da ferrovia, relembra que Portugal “tem um registo de transporte ferroviário muito baixo do ponto de vista europeu. Transportamos menos de 5% dos passageiros, e menos de 5% das mercadorias por ferrovia”.

O objetivo do Bloco de Esquerda, diz, é que “os investimentos previstos possam permitir passar a transportar 40% dos passageiros e das mercadorias por ferrovia”, o que permitiria desenvolver o eixo atlântico com ligação à Galiza.

Tendo o governo definido este investimento como prioritário, a coordenadora do Bloco de Esquerda avisa que “é preciso passar do anúncio ao investimento”, e que do lado galego da fronteira “exista a mesma vontade de fazer estas ligações ferroviárias”.

No mesmo sentido, Ana Pontón sublinhou que "a ligação ferroviaria Vigo-Porto, o Corredor Atlântico de mercadorías e o Eixo Atlântico de mercadorías são os três projetos fundamentais que defendemos".

Catarina Martins concluiu garantindo a disponibilidade dos grupos parlamentares do Bloco de Esquerda na Assembleia da República e no Parlamento Europeu para manter a cooperação com o BNG. “Vamos marcar futuros encontros sobre estes temas das infraestruturas”, mas também sobre outros pontos de convergência em matéria de cultura, ciência, trabalho e ambiente.