Aumento de número de sem-abrigo estrangeiros é preocupante, alerta Cáritas

05 de March 2023 - 18:45

Instituição de solidariedade refere que há cada vez mais pessoas em situação de grande vulnerabilidade e que começam a aparecer sem-abrigo em zonas do país onde não havia registo desse fenómeno. Situação mais crítica tem a ver com cidadãos timorenses.

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Foto de Paulete Matos.

Em declarações à agência Lusa, a presidente da Cáritas Portuguesa alertou para o aumento exponencial do número de pedidos de ajuda, incluindo na procura de "coisas básicas para a subsistência".

De acordo com Rita Valadas, a "pressão sobre os atendimentos foi enorme" durante o ano de 2022, tanto da parte de portugueses como de cidadãos estrangeiros. A responsável destacou que talvez não haja noção de que "neste momento há estrangeiros a chegar todos os dias às zonas mais recônditas de Portugal".

"É uma realidade que nos está a preocupar muito, a dos estrangeiros", assinalou a presidente da Cáritas Portuguesa. Estas pessoas chegam à instituição sem qualquer rede de apoio e em "situação de grande vulnerabilidade".

Acresce que "uma das marcas" que se começa a fazer notar é o aparecimento de pessoas em situação de sem-abrigo em zonas do país onde não havia registo desse fenómeno.

Esse é o caso de Beja, onde no final de 2022 se contabilizaram "300 e tal pessoas" em situação de sem-abrigo, quando antes eram cerca de 80.

"É um aumento enorme, mas é uma situação muito concreta e alguns só não estão na rua porque várias organizações se têm mobilizado para encontrar respostas de emergência", apontou.

Segundo Rita Valadas, há cada vez mais necessidade deste tipo de respostas. Mas faltam também respostas definitivas, na medida em que "a habitação é uma das situações mais críticas em termos de intervenção social".

A presidente da Cáritas Portuguesa referiu que há vários alertas por parte de diferentes Cáritas Diocesanas e Cáritas Paroquiais sobre o aparecimento de grupos de estrangeiros – um dos quais de 50 pessoas há algumas semanas –, sem que existam respostas disponíveis para fazer face às necessidades.

Rita Valadas explicou que a situação mais crítica está relacionada com cidadãos timorenses, apesar de haver "todas as nacionalidades em Portugal neste momento".