Praxes: humilhação e impunidade

O país despertou no último mês para a realidade das praxes do ensino superior, esses rituais de humilhação e violência psicológica que ganharam força nos últimos anos e hoje contaminam uma parte importante da vida universitária e do convívio entre estudantes. Dossier organizado por Luís Branco.

08 de fevereiro 2014 - 20:11
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Foto Paulete Matos

Neste dossier, reunimos numa cronologia os casos de praxe violenta que chegaram ao conhecimento público através de denúncias ou notícias na comunicação social, incluindo os casos que avançaram para tribunal e nalguns casos conseguiram a condenação das instituições ou dos praxistas. Entrevistámos também o autor do documentário Praxis, Bruno Moraes Cabral, que fala do que viu na rodagem do filme e nos debates que se seguiram à sua estreia.

Para contar a história do debate parlamentar sobre as praxes, recuámos a 2008 para dar conta das conclusões desperdiçadas do relatório proposto pelo Bloco de Esquerda, que voltou agora a reapresentar essas propostas para apoiar os estudantes no combate ao abuso. E fomos mais atrás, ao final da década de 60, para compreender como a movimentação estudantil contra a ditadura também afetou a praxe coimbrã, através de um estudo de Miguel Cardina.

Apesar do silêncio e da indiferença na sociedade, houve um movimento a conseguir juntar personalidades da cultura em torno dum Manifesto Anti-Praxe em 2003. Este dossier traz algumas memórias desse ativismo no fim do século XX e republica uma reportagem feita em 1996 por Luísa Costa Gomes. O dossier conta ainda com as opiniões de José Soeiro, Catarina Isabel MartinsRicardo Coelho, Rui Bebiano e João José Cardoso e dois vídeos: uma música anti-praxe e alguns depoimentos recolhidos num debate sobre o documentário "Praxis" dominado pelos praxistas em 2011 na Aula Magna.

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