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40 anos do assassinato de Ribeiro Santos

Nesta sexta-feira, faz 40 anos que José António Ribeiro Santos foi assassinado pela PIDE/DGS. O assassinato marcou uma mudança na sociedade portuguesa. Pouco mais de 18 meses depois, o regime foi deposto e o 25 de Abril foi um ponto de partida para uma mudança de fundo no país. Dossier organizado por Carlos Santos.

Nada ficou como antes. A universidade deixou, em grande parte, de funcionar. Os protestos multiplicaram-se. Vagas crescentes de pessoas, na sua esmagadora maioria jovens, lançaram-se na ação política para mudar a sua vida e a sociedade.

Neste dossier, as circunstâncias do assassinato de Ribeiro Santos são detalhadas no testemunho de Aurora Rodrigues. No texto de Jorge Costa analisa-se a morte do estudante Ribeiro dos Santos e faz-se o seu enquadramento na época. História de um comunicado de Renato Soeiro e Há 40 anos a PIDE assassinou Ribeiro Santos, mas o povo perdeu o medo! de Alberto Matos são testemunhos de dois dirigentes estudantis daquele tempo e a entrevista a Raimundo Santos, Havia o sentimento de que o regime não tinha muito mais tempo de vida, o testemunho de um jovem operário de então.

No artigo Radicalismo político e ativismo estudantil nos últimos anos do fascismo (1969-1974) de José Manuel Lopes Cordeiro, uma análise do movimento estudantil, desde a morte de Salazar até ao 25 de Abril. Divulgamos também algumas Evocações e homenagens que terão lugar este ano.

Por fim, os nossos agradecimentos a Miguel Cardina, que com os seus apoios e sugestões muito ajudou à elaboração deste dossier. Agradecemos também ao Centro de Estudos Operários, pelo fanzine disponível neste artigo, e ao site paginavermelha.org e ao blogue hortadozorate.blogspot.pt pelas imagens.

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Neste dossier:

40 anos do assassinato de Ribeiro Santos

Nesta sexta-feira, faz 40 anos que José António Ribeiro Santos foi assassinado pela PIDE/DGS. O assassinato marcou uma mudança na sociedade portuguesa. Pouco mais de 18 meses depois, o regime foi deposto e o 25 de Abril foi um ponto de partida para uma mudança de fundo no país. Dossier organizado por Carlos Santos.

O assassinato de Ribeiro Santos

Sabíamos que corríamos riscos, mas não estávamos à espera daquela morte. Quando parámos, não conseguíamos suportar. Uma coisa é estar-se numa manifestação sob o efeito da adrenalina, outra é quando pára. Fica-se desconcertado e era como nós estávamos. A reacção não foi só nossa. Foi uma reacção geral dos estudantes e da população. Por Aurora Rodrigues, extrato do livro “Gente comum: uma história na PIDE”.

A morte do estudante Ribeiro dos Santos

Faz esta quinta-feira 45 anos desde a morte de Ribeiro dos Santos, estudante assassinado pela PIDE em 1972. O Esquerda.net republica o dossier que lhe é dedicado com textos de Carlos Santos, Aurora Rodrigues, Jorge Costa, Renato Soeiro, Alberto Matos, José Manuel Lopes Cordeiro, e a entrevista a Raimundo Santos.  

História de um comunicado

A hora era, sem dúvida, sombria e eu, que adorava aqueles dois últimos versos do poema da Comuna, resolvi propô-los como título do nosso comunicado: “A hora mais sombria é a que precede a aurora”(Comunicado acerca do assassinato de Ribeiro Santos, publicado na Academia do Porto em 1972).
Artigo de Renato Soeiro.

Há 40 anos a PIDE assassinou Ribeiro Santos, mas o povo perdeu o medo!

Olhando 40 anos para trás, não tenho dúvida de que o funeral de Ribeiro Santos foi o dia em que o povo perdeu o medo. O medo que tu próprio perdeste naquele anfiteatro, em 12 de Outubro. E tinhas toda a razão, Ribeirinho: o que nos une é muito mais forte do que o que nos possa dividir. Artigo de Alberto Matos

“Havia o sentimento de que o regime não tinha muito mais tempo de vida”

Em entrevista ao esquerda.net, Raimundo Santos dá-nos o seu testemunho sobre a repercussão do assassinato de Ribeiro Santos nos meios operários de Lisboa. “Ao contrário do que era habitual, em que a ditadura conseguia que a informação não circulasse, neste caso não conseguiu e isso teve repercussões, porque foi um assassinato e também porque naquela altura havia já um sentir diferente”.  

Radicalismo político e ativismo estudantil nos últimos anos do fascismo (1969-1974)

Momentos particularmente importantes da luta estudantil contra o regime ocorreram em Maio de 1972, e depois em Outubro do mesmo ano, aquando do funeral do aluno da Faculdade de Direito de Lisboa, José António Ribeiro dos Santos, com os estudantes a desafiarem abertamente a repressão.
Artigo de José Manuel Lopes Cordeiro, professor da Universidade do Minho

Evocações e homenagens

Este ano vão realizar-se vários ações de evocação e homenagens a Ribeiro Santos. No dia 12 de outubro, haverá uma aula aberta na FCSH/UNL, a Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa tem um vasto programa evocativo e no próximo sábado haverá uma romagem ao cemitério da Ajuda.