Fabian Figueiredo

Fabian Figueiredo

Líder parlamentar do Bloco de Esquerda. Sociólogo.

No passado domingo decorreram as 11ª Eleições Legislativas Regionais, marcadas por vários fenómenos que merecem uma análise cuidada.

A extrema-direita percebeu perfeitamente as fragilidades da União Europeia e da União Económica e Monetária: as suas fundações antidemocráticas.

Há algo que António Costa e Passos Coelho preferem de todo que não se saiba e que faz toda a diferença.

Portugal não está melhor, as pessoas estão visivelmente pior e o governo, se salvou alguém, não foi o grosso da população portuguesa. O discurso da coligação de direita é um embuste, e chega mesmo a ser ofensivo para aqueles que sofrem com os efeitos da elevada dose de austeridade aplicada.

Há não muitos anos atrás, a Juventude Popular (JP) defendeu publicamente o que vai na cabeça de boa parte da direita portuguesa: o fim do Salário Mínimo Nacional (SMN).

No pouco veraneante dia 13 de agosto, Álvaro Castello Branco, líder da distrital do CDS/Porto e ex-vice-presidente de Rui Rio, decidiu indignar-se em representação da agremiação local por “haver um avençado da Câmara Municipal do Porto que quer ter opinião política”.

Barreto, a meio da entrevista, revela o seu síndrome Medina Carreira e esclarece-nos que a tormenta principal da nossa vida coletiva é o “cabrito com batatas”. Não, não é um erro de citação. Segundo o próprio, este desvio gastronómico empurra-nos para o abismo.

O sermão da força democrática, que tanto gosta de dar repetidamente à sua esquerda, ficou-se pelo silêncio cúmplice?

A revolta que hoje ocupa a alma de todos os trabalhadores do Bangladesh, correu o mundo e relembrou-nos como o capitalismo, no seu estado mais puro, encontra na barbárie o seu conforto.

O que motivou a França, com o apoio logístico e diplomático das demais potências estrangeiras, a intervir no conflito?