José Soeiro

José Soeiro

Dirigente do Bloco de Esquerda, sociólogo.

Não faz nenhum sentido que a forma mais cristalina de colonialismo - o de ocupação por colonos - possa sobreviver em Israel quando vivemos num mundo pós-colonial, mesmo com os seus contraditórios e pesados legados.

Há pessoas com esse talento eufórico que dissolve fronteiras entre a arte a vida, que as faz nunca desperdiçar uma oportunidade de performance, que sabem fazer explodir cada instante propício.

O problema do calor extremo e do “stress térmico” tem merecido cada vez mais atenção internacional, num planeta que atravessa uma crise climática sem precedentes. A Organização Internacional do Trabalho chamava a atenção para que “temperaturas superiores a 39°C podem matar”.

Não é de estranhar que a direita se constitua como um governo dos ricos. De estranhar seria se houvesse quem, à esquerda de Montenegro, se deixasse requisitar para a validação deste programa.

O efeito desta manobra de Macron de não permitir que a Nova Frente Popular forme governo será só um: rebentar com a confiança na possibilidade de a democracia gerar alternativas. Caso consiga, será mais um favor, depois de tantos outros, ao desespero e à extrema-direita.

A sentença sancionou práticas de violência por parte das forças policiais, ignorou insultos racistas, acusou a vítima de má-fé, deslegitimou o movimento anti-racista e amplificou a violência racial que existe na nossa sociedade. Onde Claúdia Simões devia ter encontrado proteção, recebeu mais um conjunto de ofensas.

O que está em debate é mesmo uma mudança de fundo para desproteger os desempregados e baixar os salários, ao obrigar quem recebe um subsídio para o qual descontou a aceitar trabalhar por menos.

Enquanto tantos fascistas se acotovelam para ocupar as suas cadeiras no novo Parlamento e os grupos do centrão europeu se agitam na negociação dos lugares para o continuísmo, é de pequeninas luzes bruxuleantes que pode porventura nascer outra Europa.

Há muito em aberto. Mas uma coisa parece evidente: para vivermos uma vida plena, não nos basta durar, sobreviver, trabalhar. Ganhar tempo para viver é uma das conquistas mais importantes que existem, porque dela depende também, em grande medida, a nossa liberdade verdadeira.

É este mercado privado de cuidados, financiado pelo Estado, que deu resultados trágicos noutros países, como França, que o governo pretende agora criar em Portugal na resposta aos idosos. Por outro lado, no sistema educativo, passaremos a ter uma componente privatizada, de creche e pré-escolar.