José Soeiro

José Soeiro

Dirigente do Bloco de Esquerda, sociólogo.

Insegurança é isto: viver numa cidade em que um gang encapuzado invade a propriedade, destrói uma casa e espanca moradores (sim, também são moradores, não são?) que estão a dormir. Não há nada que justifique este crime. A sua condenação não deve vir acompanhada de nenhum “mas”.

A imigração é um bem e uma necessidade. Tem de ser acompanhada por políticas que garantam mais habitação, fiscalização rigorosa contra a exploração laboral, integração na lei do trabalho e na contratação coletiva.

Varoufakis foi proibido de visitar a Alemanha. Também a filósofa Nancy Fraser teve o seu convite para dar aulas na Universidade de Colónia cancelado. Onde estão então, neste contexto de censura e repressão, as vozes pela liberdade de expressão e contra o cancelamento?

Neste ambiente de anestesia e de distorção, a acusação política e o alerta das “avós do clima” é um grito de lucidez.

Elas, as criadas, servem. E servem-se delas: os patrões, mas também o marido, e depois os filhos. Nos 50 anos da nossa Revolução, eis um romance notável sobre esse lado tantas vezes invisibilizado na memória oficial da sociedade portuguesa. Comovente e imperdível.

Da refrega sai um presidente do Parlamento enfraquecido e a prazo, novos patamares de farsa na extrema-direita e mais probabilidade de eleições repetidas em breve. E no entanto, não faltam temas e decisões importantes para o Parlamento tomar.

É mais uma “paralisação pacífica” dos estafetas, em reação à compressão dos valores pagos pelas aplicações digitais. É uma greve? Na substância, sim, é uma greve. Uma greve de quem não pode, formalmente, fazê-la.

O tempo é de disputa de hegemonia na sociedade e no espaço público e de testemunho programático próprio de cada força política. Mas é também, urgentemente, de diálogo e de articulação das forças da oposição à esquerda, que devem começar desde já.

A privatização, inscrita no memorando com a troika e concretizada pelo governo PSD-CDS, foi uma desgraça sob todos os pontos de vista, exceto o dos acionistas. O Chega beneficiou diretamente do dinheiro de alguns dos acionistas que compraram os Correios e se encheram de dividendos.

Que projeto está por trás destas decisões ? Quais as motivações, editoriais, políticas ou outras, para desvalorizar publicamente os títulos e para rebentar com jornais que dão lucro? Quem beneficiou com a má gestão? Para onde foi a receita de negócios imobiliários?