Não há funcionários suficientes na escola para garantir regras sanitárias, diz sindicato

18 de agosto 2020 - 17:16

A Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais considera que faltam milhares de funcionários nas escolas e que os existentes são um grupo envelhecido e exausto.

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Trabalhadores das escolas em protesto. Foto da FNSTFP.
Trabalhadores das escolas em protesto. Foto da FNSTFP.

Depois de uma reunião com o Ministério da Educação esta segunda-feira, os dirigentes da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais alertaram que não há funcionários suficientes para garantir o cumprimento das novas regras sanitárias nas escolas.

Se antes já eram poucos, envelhecidos e estavam exaustos, há agora toda uma nova sobrecarga de trabalho.

Em declarações à Lusa, Artur Sequeira, presidente da estrutura sindical, pensa que os 700 trabalhadores que o governo prometeu contratar “não chegam sequer para cobrir os que se aposentaram no passado ano letivo”. Isto porque, contas da FNSTFP, ainda antes da pandemia chegar eram precisos já mais seis mil funcionários.

Para Sequeira, “estes trabalhadores são fundamentais para que o sistema de proteção contra a covid funcione” são eles “que vão limpar as salas de aulas quando os alunos saírem, que vão limpar corredores e outros espaços comuns, que são eles que vão estar responsáveis por verificar se estão todos a cumprir as regras”. Como não está previsto que sejam contratadas mais pessoas “algumas escolas não vão conseguir cumprir as novas regras em tempo de pandemia. Os problemas vão aparecer”.

A FNSTFP tomou ainda posição sobre a prorrogação de contratos para os trabalhadores não docentes das escolas anunciada pelo governo. O sindicato tinha-se congratulado por ter impedido o despedimento destes trabalhadores mas Artur Sequeira não deixou de comentar que é “uma medida coxa” que significa que as pessoas “não vão para o desemprego no final do mês, mas por outro, isto significa continuar em situação precária. Os sindicalistas defendem que é preciso integrar estes trabalhadores nos quadros porque correspondem a necessidades permanentes das escolas.

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