Francisco Louçã falava num almoço com ativistas do Bloco de Esquerda em Guimarães e considerou que as manifestações deste sábado, sob o lema "Que se lixe a troika! Queremos as nossas vidas!", representam "a luta pela justiça", de um povo que "com orgulho, se levanta pelo seu país".
O coordenador da comissão política do Bloco de Esquerda apelou a todas as formas de luta para "correr" com o atual Governo, sublinhando ser tempo de apresentar uma moção de censura e de uma greve geral "que possa juntar todos".
Sobre as alterações à taxa social única (TSU), classificou-a como "a ideia mais extravagante" do Governo liderado por Pedro Passos Coelho, frisando que "nenhum país do mundo se atreveu a dizer que um mês do salário sai do bolso do trabalhador para o bolso do patrão".
Francisco Louçã alertou ainda que os dois últimos anúncios de medidas de austeridade feitos pelo primeiro-ministro e pelo ministro das Finanças "ainda não completaram o cardápio das iniciativas de aumento de impostos para 2012".
"Ainda não disseram onde vão continuar a aumentar os impostos já este ano. Faltam mais de 2 mil milhões de euros que vão ser tirados aos de sempre. No privilégio ninguém toca", acusou Francisco Louçã, que desafiou toda a esquerda a "ter a coragem de romper com o memorando da troika", que apenas contribui "para o empobrecimento de Portugal dia após dia".
O coordenador da comissão política do Bloco acusou também Paulo Portas de "confundir patriotismo com a defesa dos seus cargos e dos seus privilégios".
"Hoje Paulo Portas é finalmente chamado a dizer qualquer coisinha sobre a crise. É claro que virá dizer que, por razões patrióticas, se agarra aos lugares do Governo. Há quem tenha esta enorme facilidade de confundir patriotismo com a defesa do seus cargos e dos seus privilégios", referiu Francisco Louçã, que sublinhou:
"Patriotismo é outra coisa. É defender o salário do trabalho, é defender os reformados e o emprego, é rejeitar o protetorado que destrói e empobrece. Isso é que é patriotismo"
"A troika não pode continuar a atuar em Portugal como tem feito. Romper é o princípio da sensatez", concluiu Francisco Louçã.