O pânico atinge governos dos países mais poderosos do mundo. Vejamos:
Os Estados Unidos desviaram máscaras compradas pela polícia alemã, retiveram ventiladores destinados ao Brasil e impediram exportação de máscaras para o Canadá. Entretanto, todos os dias, centenas de enfermeiros e médicos do Canadá passam a fronteira para participar no combate à pandemia nos EUA.
Já a França apreendeu máscaras de Espanha e Itália.
A Turquia também fez das suas. Centenas de ventiladores que tinham sido comprados pela Espanha à China, para reforçar o sistema de saúde espanhol, foram capturados pela Turquia.
É absolutamente espantoso: os países que se unem para a guerra, na aliança militar NATO, onde gastam 2 mil 271 milhões de euros por ano, onde Portugal “oferece” cerca de 30 milhões, são incapazes de se unir para combater a doença.
Ao se gladiarem entre si, estes países mostram a falência dos seus regimes políticos e a falência do capitalismo neoliberal. Na linha da frente estão os EUA: o país farol do capitalismo, o eldorado do sucesso individual avança para uma catástrofe sanitária e humanitária gigantesca.
A subordinação da saúde pública ao lucro e a destruição dos serviços públicos para benefício de companhias de seguros e negócio privado da “saúde” agravaram os efeitos da epidemia.
Afinal o mercado não resolve, a lei da oferta e da procura não resolve, a iniciativa privada não resolve.
O grupo Trofa Saúde fechou o seu hospital de Famalicão alegando, e cito, "diminuição temporária da atividade da empresa". Até o SAMS, ligado ao sindicato dos bancários, fechou o seu hospital! No Reino Unido o setor privado aproveita a epidemia e está a cobrar 2,4 milhões de libras por dia para arrendar 8 mil camas de internamento.
Numa outra notícia, o “Sexta às 9” demonstrou que há empresas que se estão a aproveitar da pandemia para aumentar preços de produtos essenciais no combate ao COVID-19. Vastas notícias já circulavam com fotos de preços hiperinflacionados.
São necessárias medidas de um Estado forte para enfrentar a pandemia e colocar a saúde das pessoas em primeiro lugar. São necessárias medidas solidárias e entre ajuda ativa entre países.
Em Espanha foi decretado que as instalações e recursos do setor privado passam a estar à disposição das instituições públicas. O mesmo já fez a Irlanda e outros países.
A VIDA ESTÁ PRIMEIRO QUE A SELVAJARIA E O LUCRO!
É preciso fazer a requisição de fábricas para produção nacional de material de proteção!
Ou será que o governo só requisita motoristas e estivadores grevistas?
Artigo publicado em “Mais Ribatejo”