Pretende-se examinar o actual modelo sócio-económico venezuelano salientando o carácter anormativo da sua proposta no contexto da ordem económica e geo-política dos inícios do século XXI. Investiga-se a natureza e a dimensão dos resultados que as opções de política económica e política social aplicadas pelo novo modelo produziram em termos de (des)estabilização económica e (des)igualdade social, através da análise da estrutura produtiva, dos indicadores macroeconómicos e dos indicadores sócio-económicos. Inquere-se a medida em que as políticas públicas obradas promoveram não só o crescimento, mas também o desenvolvimento económico, sublinhando-se as hipóteses de sustentabilidade do crescimento e frisando-se a especificidade do conceito de desenvolvimento endógeno perfilhado e aplicado pelo país. Salienta-se o impacte que a especialização petrolífera e a heterogeneidade estrutural, patentes durante o século XX, produziram no devir da economia nacional e indaga-se da eventualidade de superação dessas ocorrências mercê das metamorfoses sucedidas durante a última década.
Quais as particularidades deste modelo sócio-económico bolivariano? Como se conjugam os conceitos de eco-socialismo do século XXI e dependência do petróleo? Qual a relação concreta entre a abundância de petrodólares e o fortalecimento do Estado Social? Existe uma interacção entre políticas públicas para a criação de emprego e diminuição das desigualdades sociais? Corresponderá este bolivarianismo a um desmantelamento do capitalismo e a um socialismo de novo tipo?