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Opções energéticas
ALTERNATIVAS PARA PORTUGAL
Não há uma saída milagrosa para a actual situação energética de Portugal. É necessária uma alteração profunda de política e um conjunto diversificado de medidas. A primeira prioridade passa por aumentar a eficiência energética e reduzir os consumos (reduzir a intensidade energética), sobretudo no sector dos transportes (exige políticas sérias de mobilidade e ordenamento do território, reduzindo-se o uso do veículo particular).
A segunda prioridade passa por diversificar o "mix" de produção através da aposta combinada em todas as energias renováveis (eólica, fotovoltaica, solar térmica, solar passivo (arquitectura bioclimática), hidrogénio, biomassa, biogás, mini-hídricas, geotermia, ondas). Estas diferentes tecnologias são soluções complementares e nenhuma delas por si só é a solução para as nossas necessidades energéticas. Passa ainda por descentralizar a produção de energia (ex. Microgeração).
Existem já tecnologias renováveis maduras (eólica, solar térmica) mas outras ainda precisam de aperfeiçoamentos vários (ainda têm baixa eficiência energética). Por isso, a aposta em I&D é essencial. É da I&D que podem surgir os grandes saltos tecnológicos nas renováveis, melhorando a sua performance e eficiência. Mesmo nas que já estão maduras há ainda um longo percurso a percorrer.
O potencial das renováveis na revitalização das economias nacionais e locais é enorme, quer pela redução da dependência ao exterior para abastecimento, quer sobretudo pela aquisição de know-how técnico e científico para exportação (cluster de inovação económica) - por exemplo a Dinamarca nos anos 70 começou a apostar no desenvolvimento da tecnologia eólica que agora exporta largamente. Também o potencial na criação de emprego é enorme (ex. em Espanha o eólico já criou cerca de 80 000 postos de trabalho).
O ramo das tecnologias renováveis é relativamente recente, estando em franco crescimento e desenvolvimento um pouco por toda a Europa (em especial nos países do Norte, como Dinamarca, Alemanha, Reino Unido). Portugal pode tirar partido, devido à sua extensa fachada atlântica e intensa exposição solar, do desenvolvimento da tecnologia das ondas e do solar fotovoltaico (ex. o primeiro parque mundial de energia das ondas vai ser instalado na Póvoa de Varzim; em 2020 poderá fornecer 20% das necessidades de electricidade).
Também a formação de técnicos projectistas e instaladores qualificados capazes de lidar com esta diversidade de tecnologias é essencial (necessidade de certificação dos técnicos, bem como das tecnologias).
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