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Indecisos: Porque fiz uma viragem de 180 graus e voto em Hilllary
Se ainda está indeciso hoje, eis um pensamento: se quer "mudança", e todos queremos, então tem de haver um agente dessa mudança que conheça o sistema e tenha os contactos para criá-la. Talvez as ideias que me levaram a fazer uma viragem de 180 graus e a apoiar Hillary Clinton sejam úteis.
Por Stuart O'Neill
Por que passei de uma mudança momentânea para outra de 180 graus? Desde que me dedico a Política Prática, a minha primeira preocupação numa eleição é ganhar.
Quem quer que escolhamos como candidato democrata será atacado sempre pelo Partido Republicano, pelo seu candidato e pelo entorno político republicano como se tivesse uma bagagem malcheirosa e enlameada. Estas organizações "independentes" que rodeiam o Partido Republicano têm um único objectivo: atacar sem descanso, das formas mais sujas possíveis, o candidato democrata. Nunca haverá um candidato suficientemente "limpo" para ser isento dos seus ataques.
Quem, então, comecei a pensar, terá melhores condições para lidar com estes contínuos e cruéis ataques que o outro lado vai desferir? Quem melhor pode enfrentá-los?
Hillary Clinton, como ela mesmo diz, tem sido alvo destes ataques há 15 anos ou mais. Teve questionado o patriotismo, a sexualidade, foi acusada de ser uma assassina, foi acusada de muito mais e apesar disso ainda está à frente da nomeação do candidato democrata.
Ela é mais dura que couro de bota, ao mesmo tempo que tem um lado humano. Estas são as qualidades que o nosso candidato precisa. Hillary Clinton desenvolveu pele grossa e a capacidade de manter a calma no combate da campanha. Além disso, também sabe ouvir o povo americano.
Qualificações? Ela é uma bem sucedida e liberal senadora dos EUA. Ganhou uma eleição para o senado que não foi nada limpa, disputando e fazendo campanha em lugares não tradicionais de Nova York. Foi às áreas conservadoras do Norte rural e ganhou-as com políticas inteligentes, conversa substantiva e o facto de que sabia ouvir! Nos lugares mais improváveis, ganhou com 67% dos votos. E foi reeleita em 2006.
Gosto de ver que ela se concentra na política e não nos constantes ataques pessoais quando fala, mas também gosto de ver que ela também gasta tempo a ouvir quando está em campanha. (Posso testemunhar que é muito pouco habitual ter-se um candidato suficientemente disciplinado para forçar-se a ouvir os outros, quando seria muito mais fácil precipitar-se para o evento seguinte.)
Estou convencido que Hillary é forte onde outros, incluindo Barack Obama, seriam fracos e inexperientes. Ela vai combater a máquina suja do outro lado, com vigor e calma. Ela sabe como manobrá-los.
Ela é uma guerreira. Este termo é raras vezes empregado numa mulher. Mas ser guerreira é o que ela tem sido desde a experiência no staff do comité Watergate, durante vários mandatos como primeira-dama do Arkansas, trabalhando pela igualdade de direitos para os trabalhadores e as mulheres e durante os anos de Primeira Dama dos EUA viajando pelo mundo. Ela aprendeu em primeira mão nessas viagens as questões internacionais e as realidades. Hillary Clinton fez contactos pessoais que serão tão valiosos na Casa Branca. Ela combateu consistentemente pelos fracos e pelo povo americano. Ela foi uma guerreira sem ninguém ter usado o termo.
Hillary Clinton sabe formar coligações no Capitólio para cumprir a tarefa! Ela tem essa "má" palavra neste ciclo eleitoral: "experiência". JFK, talvez um dos mais inspirados oradores do seu tempo, teve a experiência de oito anos no senado e foi uma vez candidato a vide-presidente em 1956. Conhecia o governo por dentro.
JFK não era um outsider que condenava o sistema e todos os que estavam nele. Quem queira mudança no governo, tem de aprender primeiro como operar por dentro, de forma a mudar as políticas e as leis. Aprendemos isto o tempo todo com JFK e Bill Clinton.
Hillary Clinton, para usar as suas palavras, e para minha grande surpresa, "é a minha miúda". Vou votar nela agora e nas eleições gerais.
5/2/2008
Stuart O'Neill é colaborador do The Democratic Daily
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