Serafim Duarte

Serafim Duarte

Professor. Dirigente do Bloco de Esquerda.

Orientações do ME mais não são do que expressão de desresponsabilização do mesmo. A coberto da autonomia das escolas, o que faz é “sacudir a água do capote” transferindo para as escolas o ónus da organização do novo ano letivo.

Uma reabertura prematura do Pré-escolar não poderá vir a contribuir para desencadear uma segunda vaga epidemiológica? Esta, a acontecer, não irá agravar a situação económica e social? Valerá a pena o risco?

Qual será a racionalidade que preside à anunciada decisão de reabrir as escolas, para os alunos do 11.º e do 12.º ano do ensino secundário a partir de 18 de maio?

O que contestamos é a falta de bom senso em teimar que no ensino secundário se pode manter os exames nacionais, tal com inicialmente programados, como se nada se passasse.

Como professor e cidadão preocupa-me a educação dos nossos jovens. Pois que, cerca de 25% dos jovens acredita que a violência no namoro é normal.

Em nome da liberdade de escolha, o que está verdadeiramente em causa é a manutenção do negócio privado da educação.

A “liberdade de escolha” é o canto da sereia de conservadores e neoliberais, como estratégia para desestruturar a escola pública e promover a progressiva privatização do ensino.

Nove colégios privados de Coimbra recebem 12 milhões para duplicar oferta educativa da rede pública escolar.

A PACC, além de injusta, nada mais acrescenta se não instabilidade, discriminação e humilhação dos docentes com competências certificadas e provas dadas na prática docente.

Conferir aos poderes locais mais um poder, não despiciendo, de contratar docentes, constitui uma porta aberta aos clientelismos locais.