Este acidente mostra, mais uma vez, que não existe algo como o risco nulo e que as consequências da sua ocorrência são imprevisíveis, de difícil contenção e de uma gravidade alarmante para a saúde pública e o ambiente.
O problema do país e da habitação não são as rendas baixas. Os centros das cidades não estão vazios de gente porque as pessoas que lá moram pagam pouco de renda. O problema são as milhares de casas devolutas e os preços especulativos.
A aprovação de planos de ordenamento de áreas protegidas, que viram as costas às populações e abrem as portas aos grandes interesses económicos, reflecte o falhanço da política de conservação da natureza e da biodiversidade.
Ao Ministério do Ambiente, mais do que ter um baixo orçamento, falta-lhe operacionalizar políticas concretas de resposta à crise e saída do buraco orçamental que corta cegamente na despesa.
O problema central do país, mais do que o défice e a dívida pública, é uma economia parada que se afunda a cada PEC e OE apresentado e um desemprego galopante.
Até ao dia 13 de Agosto deste ano já arderam perto de 19 mil hectares de floresta em áreas protegidas, o equivalente aos 20 mil hectares ardidos no ano trágico de 2005.
Rejeitamos a ganância com a força da solidariedade da esquerda europeia. E essa força estará nas ruas neste sábado, na manifestação da CGTP, onde o Bloco estará em bloco.