Pedro Amaral

Pedro Amaral

Natural da ilha de Santa Maria, estuda Filosofia no Porto. Membro da Comissão Coordenadora Regional dos Açores do Bloco de Esquerda.

Não nos podemos dar ao luxo de ficar calados e quietos. Não seremos coniventes com quem nos quer incutir o medo e tirar a liberdade.

Temos hoje a nossa Constituição sob ataque, particularmente no que respeita aos direitos humanos e a sua tradução nos serviços públicos.

A ministra da saúde demorou 17 dias a agir perante uma greve, uma semana depois da primeira morte associada ao tempo de espera no INEM, mas em três dias resolveu intervir sobre a cor dos boletins – estando simultaneamente a lidar com ambas as situações.

O turismo é sintoma de um sistema que até o nosso lazer manipula.

Nada nos garante que quem usará o porto espacial não estará a fazê-lo para colocar em órbita equipamentos que participam nas guerras que tanto abominamos na televisão. Desenvolvimento quer-se e precisa-se, mas nunca baixemos a guarda do poder crítico.

Caminhamos para estigmatizações que funcionam mais como profecias autorrealizadas do que análises racionais.

Há um discurso pejorativo contra o ativismo. Este sistema é tão perverso que é capaz de nos colocar, cidadãos, a ver quem luta pelos seus (nossos) direitos como o mau da fita.

Em termos ideológicos aquilo que pode ser inferido é a recusa dos franceses terem um governo autoritário, contrário aos valores da Revolução Francesa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

Este é o nosso tempo, são os nossos contemporâneos, saibamos estar do lado certo da História, aquele que respeita a dignidade humana. Falo da situação que que está a acontecer em Gaza, do genocídio, impossível de negar.

Parece-me importante percebermos que aquele mundo que consideramos como a maior das verdades se rege por forças completamente alheias à ciência.