A única medida que é preciso tomar unilateralmente é financiar o défice de outra forma que não seja pela emissão nos mercados financeiros. Junto com isso, a socialização dos bancos e a anulação da dívida ilegítima.
Segundo o autor do texto, para uma estratégia europeia de esquerda é preciso reflectir na articulação entre ruptura com a Europa neoliberal e projecto de refundação europeia.
A crise de hoje deve ser compreendida como a crise das soluções aplicadas à que a antecedeu. Para simplificar, elas assentavam em dois elementos: a compressão salarial e o financiamento.
As empresas são cada vez menos tributadas. A taxa média de imposto sobre as empresas (em Portugal - IRC), calculada para 80 países, passou de 38% para 25% entre 1995 e 2010. A baixa do IRC é semelhante à queda do peso dos salários no rendimento nacional.
Quem se esconde por detrás dos chamados “mercados financeiros”? É interessante saber isso no momento em que eles exercem uma terrível pressão sobre os governos europeus através das condições de financiamento da dívida pública.
A ideia de construção de uma outra Europa é varrida prontamente, como se fosse um objectivo impossível de alcançar, enquanto que a saída do euro seria uma medida simples e compreensivel para a grande maioria.
Aumenta a probabilidade de uma nova re-recessão. Neste contexto, os governos europeus teimam em levar avante políticas aterradoras, mantendo-se numa profunda cegueira.