Mariana Aiveca

Mariana Aiveca

Dirigente do Bloco de Esquerda, funcionária pública.

Na terça-feira, à tarde, o governo entregou uma proposta aos parceiros sociais para diminuir radicalmente o valor de todas as prestações sociais. Em menos de 24 horas, o Governo apresentou 4 versões diferentes desse corte brutal. Só um governo que perdeu, definitivamente, a vergonha consegue imaginar esta triste encenação.

O povo, que no sábado protestou, não pode baixar a guarda. A emergência de novas lutas, de novos protestos, de novos formatos de convergência está na ordem do dia.

Novo Código do trabalho vai transformar a vida dos trabalhadores, dos precários e dos desempregados num autêntico Inferno.

Foi uma semana fértil em “más notícias” e mais medidas de austeridade que nos empurram para o desastre anunciado.

Nem foi preciso esperar pelo retificativo, o ministro Pedro Mota Soares apressou-se a apresentar um conjunto de alterações ao subsídio de doença e de maternidade que responde apenas a uma lógica: diminuir os direitos dos trabalhadores, poupar dinheiro aos cofres do Estado.

As alterações às leis laborais que, às ordens da troika, o governo do PSD/CDS propõe pretendem embaratecer o valor do trabalho e colocar direitinho no bolso dos patrões dinheiro sugado aos trabalhadores.

O Governo não hesita em tratar os seus funcionários como escravos do Estado, sem necessidade de conciliar a vida privada com a atividade profissional.

O melhor resumo do acordo foi feito, veja-se lá, pelo presidente da confederação dos patrões. Diz António Saraiva que vamos viver “num quadro mais penalizador para os trabalhadores”.

Milhares de pensionistas foram surpreendidos por uma inédita carta da Segurança Social onde lhes era comunicada a redução da pensão.

Por todo o país há gente que não arrefece e protesta contra aumento das taxas moderadoras, contra o roubo dos salários e pensões, contra o aumento dos impostos e das portagens.