Mariana Aiveca

Mariana Aiveca

Dirigente do Bloco de Esquerda, funcionária pública.

A teoria sobre os “privilegiados da função pública” está diretamente ligada à natureza do Estado que a burguesia defende. Não é, portanto, uma teoria recente e caminha a par dos avanços e recuos na construção do Estado Social.

Estamos a assistir ao princípio da enxurrada que será o maior despedimento coletivo da história da Administração Pública. E tudo por um preconceito contra o que é público, contra o que é de todos, contra o que é do nosso povo.

Ao tratar pensões que são do regime contributivo como se fossem apoios sociais, o Governo está a abrir um precedente perigoso. Porque estão a dizer que a pensão deixa de depender do que a pessoa descontou ou pagou e passa a depender do que o governo considera adequado.

A greve será um exercício de democracia, um grito de revolta, um contributo para desbravar esperança no presente e confiança no futuro que nos querem roubar.

Existiram oportunidades únicas de fazer do concelho de Setúbal um modelo de urbanismo, mas o que verificamos é que a política expansionista e de aumento da malha periférica urbana levou a que hoje a cidade e particularmente o seu centro, se apresente num cenário quase fantasmagórico.

Não aceitamos qualquer solução às prestações ou faseada em função da vontade do Governo. Os direitos dos trabalhadores não são adiáveis, nem a decisão do Tribunal Constitucional pode ser contornada.

Nos últimos dias, toda a discussão política centrou-se na decisão do Tribunal Constitucional sobre o Orçamento do Estado. Passos Coelho encabeçou a cruzada...

Mais de um milhão de pessoas sem emprego e sem qualquer subsídio e o primeiro-ministro fica enfadado quanto a oposição pede contas por este descalabro social. Não há melhor exemplo do fanatismo ideológico e insensatez que tomou, decididamente, conta do Governo.

A troika não veio para pagar salários, veio para salvar bancos, cada cêntimo retirado aos trabalhadores será o lucro dos mercados financeiros. Saúdo todos os trabalhadores que têm estado em greve. Esta é a voz do país que não é escravo.

Cavaco fará o seu papel de homem de direita, assinará de cruz o ataque à democracia. E é perante este cenário mais do que certo, que convém perceber desde já, como se comportam os partidos da oposição e os seus eleitos.