Esther Vivas

Esther Vivas

Ativista e investigadora em movimentos sociais e políticas agrícolas e alimentares. Licenciada em jornalismo e mestre em sociologia.

Site pessoal: http://esthervivas.com/ Escreve regularmente em publico.es: http://blogs.publico.es/esther-vivas/

Ouvimos o PSOE, o Ciudadanos e o Partido Popular dizerem o que é necessário fazer “para o bem de Espanha”, “para o bem do país”, “para o bem dos espanhóis”. Gostaria de salientar a vacuidade dessas afirmações.

Está nas nossas mãos sermos cúmplices da dita normativização social ou dizer “já basta”. Nem cores, nem papéis, nem tópicos onde nos encaixamos desde crianças.

O povo da Catalunha, com toda a sua diversidade e pluralidade de opiniões, expressou-se a favor da independência, mas com o Ciutadans como força emergente, e com um potente discurso demagógico, à espreita. No entanto, o jogo continua e, perante o imobilismo do PP, aqui o povo mobiliza-se.

Esse “sim, podemos” que durante meses ecoou nas praças e ruas após uma inesquecível Primavera Indignada de 2011 chega agora como um terramoto às instituições, algo inimaginável então. A vitória de Barcelona em Comum em Barcelona, com Ada Colau à frente, fez saltar pelos ares o tabuleiro político.

Podemos permitir-nos comer sem medo? Opino que não. É necessário perguntarmos por que comemos o que comemos, como foi produzido, o que contém, de onde vem, a quem interessa que seja assim. E perante tanto controle alimentar, que pessoas estão à frente?

Uma ameaça paira sobre as políticas agroalimentares na Europa. Trata-se do Tratado de Livre Comércio entre os EUA e a UE. Como vampiros em busca de sangue, as multinacionais do agronegócio esperam lucrar, e muito, com estas novas medidas de liberalização comercial.

Na passada sexta-feira “celebrou-se” o Black Friday, a “festa” por excelência do consumo e dos preços baixos. O consumismo desenfreado parece não ter limites. E os grandes centros comerciais são os seus principais promotores.

Ricos e pobres comem o mesmo? Os nossos rendimentos determinam a nossa despensa? Hoje, quem são os gordos?

O atual modelo de produção, distribuição e consumo de alimentos assenta numa série de mitos que são mentira.

A Escócia já votou, a Catalunha vai fazê-lo? O parlamento catalão aprovou nesta sexta-feira a lei que permite o referendo. 78,5% da câmara deu-lhe o seu apoio. E o que é mais importante: um milhão e 800 mil pessoas exigiram-no no passado 11 de setembro numa massiva mobilização na capital catalã.