Ouvimos o PSOE, o Ciudadanos e o Partido Popular dizerem o que é necessário fazer “para o bem de Espanha”, “para o bem do país”, “para o bem dos espanhóis”. Gostaria de salientar a vacuidade dessas afirmações.
Está nas nossas mãos sermos cúmplices da dita normativização social ou dizer “já basta”. Nem cores, nem papéis, nem tópicos onde nos encaixamos desde crianças.
O povo da Catalunha, com toda a sua diversidade e pluralidade de opiniões, expressou-se a favor da independência, mas com o Ciutadans como força emergente, e com um potente discurso demagógico, à espreita. No entanto, o jogo continua e, perante o imobilismo do PP, aqui o povo mobiliza-se.
Esse “sim, podemos” que durante meses ecoou nas praças e ruas após uma inesquecível Primavera Indignada de 2011 chega agora como um terramoto às instituições, algo inimaginável então. A vitória de Barcelona em Comum em Barcelona, com Ada Colau à frente, fez saltar pelos ares o tabuleiro político.
Podemos permitir-nos comer sem medo? Opino que não. É necessário perguntarmos por que comemos o que comemos, como foi produzido, o que contém, de onde vem, a quem interessa que seja assim. E perante tanto controle alimentar, que pessoas estão à frente?
Uma ameaça paira sobre as políticas agroalimentares na Europa. Trata-se do Tratado de Livre Comércio entre os EUA e a UE. Como vampiros em busca de sangue, as multinacionais do agronegócio esperam lucrar, e muito, com estas novas medidas de liberalização comercial.
Na passada sexta-feira “celebrou-se” o Black Friday, a “festa” por excelência do consumo e dos preços baixos. O consumismo desenfreado parece não ter limites. E os grandes centros comerciais são os seus principais promotores.
A Escócia já votou, a Catalunha vai fazê-lo? O parlamento catalão aprovou nesta sexta-feira a lei que permite o referendo. 78,5% da câmara deu-lhe o seu apoio. E o que é mais importante: um milhão e 800 mil pessoas exigiram-no no passado 11 de setembro numa massiva mobilização na capital catalã.