Entre as contas certas e as contas erradas da maioria da população cujo rendimento não chega para os trinta dias de um mês, cabe perguntar se o PIB cresce porque não há dinheiro para os professores, médicos, enfermeiros, trabalhadores judiciais.
Gastar do erário público 5,4 milhões de euros para construir um altar é uma ofensa ao sofrimento por que passa a maioria do povo português, é um escândalo, é um ato contra os ensinamentos do evangelho, é um ato contra a república laica.
Esta é a verdadeira realidade deste orçamento para 2022: milhares de milhões para o capital financeiro e uma esmola de caridadezinha para o povo trabalhador.
A ideia de que os órgãos municipais não são eficazes para resolverem os problemas dos munícipes e só uma entidade de caráter privado o pode fazer, radica na velha tese neoliberal de “menos Estado, melhor Estado”.