Passada uma semana sobre o debate do Plano e Orçamento para a nossa região, há ainda reflexões e notas a tirar acerca da aprovação de documentos que não abonam nada a favor das pessoas.
Tem sido notória a publicação de artigos de opinião redigidos por senhores deputados e seus assessores a tecer odes de elogio ao atual executivo governativo e criticando os partidos da oposição por não terem apresentado propostas de alteração aos documentos em debate.
Perante a pior proposta de orçamento das últimas décadas, construído como se de um jogo de encaixe se tratasse, de forma a satisfazer os egos dos partidos que sustentam esta coligação, bem como dos partidos que assinaram acordos de incidência parlamentar, tornava-se difícil proceder a propostas de alteração.
Um orçamento que balançou entre as ameaças da Iniciativa Liberal que acabou perdendo palco para as broncas do deputado do Chega que, embora desmentido pelos senhores Presidente e Vice Presidente do Governo Regional, insiste em dizer que o executivo cedeu às suas exigências, na totalidade.
O maior vexame para esta região foi protagonizado, por duas vezes, por este senhor e pelo seu líder, ao qual lhe foi atribuída a designação de anjo da guarda: Uma conferência de imprensa e uma intervenção no, mais um, congresso do seu partido.
No entanto, o Bloco de Esquerda apresentou propostas de alteração ao Orçamento. E aqueles e aquelas que se arrogam da pluralidade, de trabalhar em prole das pessoas, de querer os contributos de todos os partidos, foram os mesmos a votar CONTRA todas as propostas apresentadas! As e os mesmos que criticavam as poucas propostas que viam aprovadas em legislaturas passadas, pareciam estar a viver o rejubilo de uma vingança partidária. Foi triste! Egos partidários sobrepuseram-se ao melhor para a nossa região.
Das várias propostas apresentadas, menciono a que me parecia que colheria a aprovação: a contabilização de todo o tempo de serviço a 68 enfermeiras e enfermeiros que se viram excluídos desse processo e que trabalham no Serviço Regional de Saúde.
Mas, não! Nem PSD, nem CDS, nem PPM, nem IL, nem Chega, se interessaram por este grupo de profissionais. Para as e os senhores deputados, destes partidos, bastará dizer umas palavras bonitas, bater umas palmas e pedir a sua resiliência no desempenhar das suas funções... vergonhoso, mas revelador das linhas políticas que (des) norteiam a nossa região.
Resta saber durante quanto tempo José Manuel Bolieiro fará o papel de relações públicas de um projeto falhado à nascença; durante quanto tempo cruzará os braços enterrado numa cadeira com a máscara a tapar-lhe mais de metade do rosto… durante quanto tempo vai contribuir para a campanha política do CDS?
Bem sei que deve ser difícil estar no lugar de José Manuel Bolieiro. No entanto, nunca me colocaria à disposição neste jogo de marionetas.