Começámos o século XXI e, o que vivemos, não é uma realidade maravilhosa como deveria ser, decorridos alguns milhões de anos do que se chama, actualmente, a evolução humana e histórica.
Pouquíssimas pessoas hoje podem afirmar: “Eu amo este mundo tal qual ele é!” E, se essas pessoas existem, só podem ser as que formam o 1% da população milionária. Poderíamos somar a eles alguns loucos e insensíveis.
Mas, para nós, que somos os tais 99%, não só a actual realidade como o futuro, que se apresenta, neste momento, diante dos olhos, não é nada promissor.
Para sete mil milhões, que compõem a população do planeta, faltam coisas como: comida, moradia, paz e liberdade. E para o restante da natureza, que estamos a destruir, falta pelo menos respeito e protecção. Não se trata apenas de defender as baleias, tigres, ursos polares e gorilas. É muito provável que varias espécies já tenham sido extintas sem que tivéssemos visto nem ao menos um exemplar, e outras milhares estão no caminho da extinção. Vivemos um período em que, com as nossas atitudes e conformismo, o nosso próprio planeta se encontra ameaçado e, com ele, o que se conhece por vida.
Neste momento já vivemos o início do que se chama recessão mundial. Para dizer em palavras simples, a recessão é um processo económico onde vamos produzir menos quando todos sabemos que precisamos produzir mais. Milhões de famintos, em todo o planeta, terão menos ainda para comer. E, o que já esta mau vai ficar muito pior.
Este ano tivemos formidáveis exemplos de como lutar para mudar para melhor o mundo em que vivemos. A “primavera árabe”, que já derrubou três ditadores, e continua, é a maior demonstração Os jovens espanhóis ensinaram-nos também como prosseguir a luta. E agora, quando ninguém esperava, os americanos do “Ocupar Wall Street” iniciaram um movimento, importantíssmo, incorporado pelos sindicatos.
Não é apenas a Wall Street “deles” a única responsável pelas mazelas do planeta. Cada um de nos, também, tem a “nossa” Wall Street, no nosso país.
Os últimos exemplos demonstraram que não foram as organizações tradicionais, como sindicatos e partidos do movimento operário, que tomaram a iniciativa das mobilizações. Qualquer um pode fazê-lo, bastando para isso que se organize com mais pessoas e vá à luta. Não se trata de se contrapor às organizações existentes, mas, sim, de incorporar as novas iniciativas que são realizadas. Pesquisando na Internet descobri que, mesmo na longínqua Taiwan, um grupo organiza “Occupy Taiwan”. Também em Hong Kong, liderados por “Cabelos Longos”, um destacado socialista, foi realizada uma manifestação de protesto em apoio ao “Occupy Wall Street”. Devem existir mais exemplos e iniciativas, basta que se procure.
Os principais líderes imperialistas, Obama, Noda, Merkel, Cameron, Sarkozy, junto com aliados como Jintao e Singh, empurram o mundo para algo bastante horrível, que é, no mínimo, uma grave recessão mundial. E, para qualquer um, é fácil verificar que não sabem como evitá-lo. O motivo dessa impotência é que o sistema capitalista é anárquico e nem os deuses (se existissem), nem os homens são capazes de dominá-lo.
Mas se quisermos evitar o aprofundamento da recessão e tudo o que ela representa, não vejo outro caminho além de nos organizarmos a nível mundial e fazer o que os americanos estão a fazer: “Ocupar Todas as Wall Streets” do planeta.