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Não deixa de ser estranho, Sérgio Figueiredo
Mas Sérgio Figueiredo assina a sua coluna como “director de informação da TVI”. Estranho. Não é como comentador ou analista político, é como “director” e “de informação”. É portanto o seu lugar de autoridade que é invocado para apresentar o seu comentário, ainda por cima da autoridade onde se decide a informação que a TVI oferece aos seus telespectadores.
O comentário, diga-se, é bastante picante e expedito (DN, 21 setembro). Heloísa Apolónia é “melancia”, Marinho e Pinto “oportunista”, Catarina Martins tem “ideias surrealistas”. Tudo despachado à lambada, sem explicação. Não há argumento, há exibição da autoridade (e há amizades antigas, porque “quem protesta poderá votar CDU”, mas também são só os que protestam, coitados). Mas é o que é. Será um comentário, lê-se como comentário, é uma opinião que se lê como opinião. Ou é a posição da direcção de informação da TVI? É a opinião da estação ou do comentador? Alguém notará que Passos Coelho e Paulo Portas, senhores respeitáveis, não têm entradas no dicionário da lambada de Sérgio Figueiredo nesta crónica de 21 de setembro.
Alguns órgãos de comunicação social em países como Inglaterra e Estados Unidos têm a tradição de tomar posição por um partido ou outro. Mas isso não é a cultura do jornalismo português. Claro que há preferências: a direcção de informação da TVI, por exemplo, decidiu entrevistar no telejornal dois líderes da coligação da direita (Passos e Portas) e de dois partidos parlamentares de oposição (Costa e Jerónimo) mas excluir Catarina Martins. A decisão foi da direcção de informação.
Sérgio Figueiredo, o director de informação da TVI, não toma partido. Mas critica alguns partidos e não outros, invocando a sua qualidade de director da TVI. Faz mal por si e faz mal à TVI.
Artigo publicado em página no facebook.com em 21 de setembro de 2015
Comentários
FL
FL
Eu PSD (que não é social democrata, mas ultra liberal para mal dos meus pecados), defensor da verdadeira social democracia, e convictamente monárquico, dou inteira razão ao FL. O que relata é vergonhoso, e não deveria acontecer. No que se refere concretamente à classificação que foi dada a Catarina Martins, só proveniente de uma mente doente e maldosa, que merece mais misericórdia do que rancor.
Cumprimentos,
PF
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