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Multiplicar a força popular
Há dez anos participei no movimento anti-austeridade em Portugal. O nosso adversário era claro: a política de austeridade da troika Comissão Europeia - Banco Central Europeu - Fundo Monetário Internacional e do Governo de direita. Neste momento ainda não é tão óbvio para a maioria do povo quem são os nossos adversários.
A maior inflação das últimas décadas rouba o salário dos trabalhadores. Os gigantes da energia e da distribuição crescem cada vez mais na especulação. A guerra e a pandemia têm as costas largas quando chega a hora de pagar a crise. O problema é o mesmo de sempre: quem paga a crise são os trabalhadores ou o capital?
Enfrentando múltiplas crises, nosso desafio atual é maior do que o de há dez anos. Precisamos de alternativas abrangentes. As múltiplas lutas não dividem, multiplicam a força popular.
A crise climática anseia por uma alternativa de justiça ecológica e social. Exigir desde transportes públicos gratuitos e de qualidade até mudanças profundas na produção e no comércio internacional são tarefas da classe trabalhadora, são tarefas da esquerda.
Ao mesmo tempo, as grandes mobilizações feministas dizem que não nos limitamos a defender os direitos humanos básicos contra a extrema direita. Estamos a lutar contra o capitalismo patriarcal e racista. Estamos a lutar por uma nova sociedade. Como diz o povo curdo: Mulher, Vida, Liberdade.
Maior que nossas diferenças é a responsabilidade de apresentarmos juntos alternativas para o futuro dos nossos povos!
Paz, Pão, Rosas!
Versão portuguesa da intervenção enquanto delegado do Bloco de Esquerda ao 7° Congresso do Partido da Esquerda Europeia, realizado entre 9 e 12 de dezembro em Viena.
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