Está aqui
Está na tua mão!
Em 1993 um banda portuguesa de punk rock escrevia “está na tua mão/mudar a situação/está na nossa mão/está na tua mão, dizer que não”. A música chama-se mesmo “Está na tua mão”, dos Peste e Sida. Além da atualidade de toda a letra (e, já agora, de tantas outras da década de noventa em Portugal deste género), com o aproximar do dia 4 de outubro é o que me passa pela cabeça todos os dias.
Das centenas de pessoas com quem falamos, a quem explicamos as nossas propostas e as nossas razões, perceberam-se várias coisas: a coligação PaF bem que pode tentar dizer até à exaustão que estamos melhor porque repetir uma mentira várias e várias vezes não a torna realidade. Para quem anda na rua, para quem vive o dia-a-dia como todos e todas as portuguesas sabe que não é real que estejamos nenhum. A não ser que a realidade a que a PaF se refere sejam os 10.000 novos milionários, para esses deve estar tudo bem melhor!
Também se percebe na rua que, apesar de todos os ataques, muitos e muitas ainda não perderam a esperança; ainda não perderam a esperança de que é possível existir mudança no país e romper com o ciclo de austeridade e devolver a vida e a dignidade às pessoas. Percebe-se, também, a desilusão com o Partido Socialista enquanto “principal partido da oposição”: quando a máscara cai, cai a sério e neste caso está a demonstrar-se desastroso.
Ora, já ninguém de bom senso consegue acreditar em qualquer promessa, porque já todas foram quebradas, feita pela coligação de direita; também já ninguém acredito em propostas do Partido Socialista porque não se perfilam enquanto alternativa, apenas continuidade e isso ficou claro.
A situação é difícil e a chantagem vem de todos os lado, com uma especial menção para o papel que as sondagens e tracking polls têm tido no adensar do medo de uma vitória da direita e da austeridade perpétua. É um medo real e deve ser combatido e depois de tanto tempo a explicar as nossas propostas, na reta final penso que deve ser realçado o papel que cada um e cada uma, todos e todas teremos no domingo.
No próximo domingo dia 4 de outubro está, de facto, nas nossas mãos dizer que não a mais austeridade e mudar a situação. Está nas nossas mãos dizer que não a cortes de salário e pensões, dizer que não à destruição do sistema nacional de saúde e educação, dizer que não à privatização de serviços e bens públicos como transportes, água ou eletricidade. Dizer que não ao estágios eternos e aos contratos de trabalho precários, dizer que não à emigração forçada e em massa, dizer que não à impunidade da banca.
Está nas nossas mãos porque acredito que em tempos de crise, não só económica, mas essencialmente política e social, temos que nos armar daquele que é um dos instrumentos mais importantes da democracia e que tem que ser valorizado: o voto. Bem podem tentar pela chantagem tentar fazer passar a ideia de que o voto de cada um e cada uma não vale assim tanto porque aqui estamos para provar que todos os votos fazem a diferença e podem realmente influenciar as nossas vidas daqui para a frente.
Porque cada voto que vai para a direita ou para os partidos que apregoam a austeridade, mesmo que de forma disfarçada, vai significar piores condições de vida. Porque cada voto à esquerda, no Bloco de Esquerda, significa um compromisso claro: lutar por todos os meios contra as medidas que cortem mais pensões, que fechem centros de saúde, que despeçam professores, que facilitem o despedimento, que desvalorizem o valor do trabalho. Um compromisso de não fugir a nenhuma batalha e estar em todas as lutas por inteiro.
E porque cada pessoa que opte por não votar, cada um desse voto desperdiçado vai ajudar a eleger os mesmos que nos atacaram até agora é importante dizer bem alto e passar a mensagem: está nas tuas mãos mudar a situação! Votar Bloco de Esquerda significa esperança e combatividade para devolver direitos, romper com a austeridade e devolver a dignidade às pessoas.
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