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Da Ucrânia, nem bom vento, nem bom governo

Para quem ainda não soube, ocorreu um verdadeiro genocídio animal na Ucrânia, com a morte indiscriminada de milhares de cães e gatos comunitários, em várias cidades, para aprimorar as ruas para os turistas adeptos do campeonato de futebol europeu EURO 2012.

Este é o derradeiro exemplo de uma ausência completa de política de esterilização e controlo animal na Ucrânia, onde a 'limpeza' mortal de animais se manifestou como a solução mais simples, apesar de toda a polémica que motivou a nível internacional.

Quando um Governo passou décadas sem agir pelos animais, a melhor ideia que lhes escorreu entre as bolas de futebol, foi abater de fio a pavio, tudo o que tivesse quatro patas nas ruas da Ucrânia. Esta até poderia ser uma boa anedota se não demonstrasse o laxismo de um país que vem corroborar infelizmente o que o pacifista indiano Mahatma Gandhi disse: 'A grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo como os seus animais são tratados.' O Governo da Ucrânia mostrou ser vil e desumano e não será esquecido tão cedo, pelas piores razões. Para quem duvida das palavras, nada como assumir a postura de São Tomé: 'ver para crer', pelo que fica aqui o link ( com vídeo ilustrativo da barbárie nas terras frias da Ucrânia:

http://www.youtube.com/watch?v=wcdwFfvU7Ec&feature=player_embedded

Ao referir a existência de um genocídio animal na Ucrânia, não pretendi ser populista ou exagerado, pois quando se sabe que os animais capturados nas ruas foram queimados vivos ou envenenados e de seguida enterrados em valas comuns, por ordem do Presidente da Ucrânia, temos de dar um nome a este crime. Esta foi, sem dúvida, uma versão animal do holocausto que vitimou milhões de pessoas durante a segunda Guerra Mundial, mas sem os relatos escritos dos sobreviventes ou uma Anne Frank para denunciar as torturas e sofrimento dos animais que sucumbiram pelas mãos destes 'técnicos-de-higiene-urbana-com-valências-futebolísticas'.

Em Portugal, a realidade é diferente, mas podia ser melhor para os animais comunitários que ainda continuam sendo vitimas de saneamentos irracionais esporádicos pelas Câmaras Municipais de diversas localidades.

A esterilização de animais comunitários e domésticos, gratuitamente ou a custo simbólico, poderia ser uma realidade a vigorar há muito na realidade portuguesa, mas continuamos apenas a poder contar com a boa da iniciativa associativa e privada para resolver a realidade animal e a inconsequência de donos irresponsáveis.

A legislação dos supostos cães perigosos é perniciosa: o legislador ainda não descobriu que o criminoso é o que segura a trela e não o cão. Os donos conscientes destes cães veem-se sujeitos a uma legislação tão restritiva que mais vale deixar o cão em casa!! Ao invés de penalizar os cães, todos os donos potenciais destes cães deveriam ser sujeitos a exames psicológicos antes de comprar/adotar cães que podem ser mais suscetíveis a serem mal conduzidos na sua educação. Por outro lado, deveria ser obrigatório estes cães serem possuidores de cursos de obediência básica para garantir segurança a cães e transeuntes.

O sistema português de chipagem em cães e gatos é outro fiasco mal difundido, pois não existe uma base de dados centralizada com a identificação dos animais, pelo que se um canil/gatil de outro município localizar um animal perdido, não consegue localizar o respetivo dono, o que torna o sistema do chip subcutâneo um falhanço completo.

O circo do EURO 2012 terminou, mas parece que vivemos sempre rodeados de palhaços em Portugal.....enfim.

Sobre o/a autor(a)

Ativista dos direitos dos animais / Estudante Universitário
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