Habemus data. Já é oficial a data em que se realizam as eleições, antecipadamente, na nossa região. 4 de fevereiro é, como se previa, o dia escolhido.
Ao contrário da ideia que o governo regional, PSD/CDS/PPM, tenta fazer passar, a razão para tal não é do Bloco de Esquerda, mas, sim, da inteira responsabilidade de uma coligação que, pelo poder, assinou acordos de incidência parlamentar com a Iniciativa Liberal e com o chega.
A pergunta que se impõe: se os seus parceiros rasgaram os acordos devido a incumprimento, por parte do governo, como é possível acreditar que cumprem com os Açores aquilo a que se propõem?
O desfecho desta legislatura prova a incapacidade e ineficácia de PSD/CDS/PPM para gerir uma região que detém os piores índices do país. Foram três anos marcados pela luta de egos pessoais, onde a preocupação de criar “Job for the Boys” superou toda e qualquer preocupação com os problemas desta região.
O problema da pobreza, nos Açores, não é o RSI, que é assegurado pela República, mas sim a prática de ordenados tão baixos que é necessário recorrer ao Rendimento Social de Inserção para sobreviver
O governo regional e os partidos que o suportam passaram mais tempo a culpar os 24 anos anteriores, como argumento para a sua incapacidade, do que a impulsionar a resolução de problemas estruturais nos Açores.
Claro que os problemas, ainda mais estruturais, não se resolvem em três anos, mas nada foi feito para desencadear soluções para o imediato, nem a médio/longo prazo.
Desde o início da legislatura que se assistiu à hostilização generalizada dos mais vulneráveis desta região. Não tendo, a nossa região, um número acentuado de pessoas de etnia cigana, o chega encontrou nas pessoas beneficiárias do RSI, as suas vítimas. Com o discurso fácil, culpou essas pessoas por tudo e por nada: pela falta de mão-de-obra; pela falta de lugares em creches, pela falta de dinheiro na região; pela falta de limpeza das bermas de estrada. Tudo serviu!
No entanto, PSD/CDS/PPM acompanharam esse discurso e assistimos a uma direita democrática refém de chantagens. Esqueceram-se foi de que uma grande fatia das pessoas abrangidas pelo RSI são crianças, idosos e pessoas que mesmo trabalhando não conseguem rendimentos que lhes permitam sobreviver.
Vergonhosa é a forma como o governo regional se congratula pela diminuição de pessoas benificiárias desse apoio à sua sobrevivência, quando essa diminuição não significou a diminuição da pobreza, nos Açores. Pelo contrário, os números relativos à pobreza aumentaram!
O problema da pobreza, nos Açores, não é o RSI, que é assegurado pela República, mas sim a prática de ordenados tão baixos que é necessário recorrer ao Rendimento Social de Inserção para sobreviver.
Dia 4 de fevereiro é o dia em que todas as açorianas e todos os açorianos poderão contribuir para uma mudança socioeconómica. Para levar os Açores a sério, finalmente. O Bloco de Esquerda está cá para isso.