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Banca e privados - Os maiores despesistas

A dívida de privados portugueses (bancos, empresas e famílias) representa 75% do total de créditos em carteira comunicados pela banca estrangeira.

Afinal o “Estado” não é o principal instrumento de endividamento deste país. Para que conste, os bancos (privados) devem mais ao estrangeiro do que o Estado.

Com início na década cavaquista, Portugal iniciou o caminho dos baixos salários serem compensados pelo fácil acesso ao crédito. Ganhas mal...então endivida-te e já podes entrar no consumismo à europeia.

São os bancos privados que após décadas de crédito fácil estão na base quer da bolha imobiliária, quer do endividamento externo de Portugal. Foram os bancos que, durante anos, financiaram a inflação dos preços do imobiliário. Foram os bancos que, durante anos, financiaram carros, férias e outras formas de consumo, obviamente só preocupados com o aumento dos seus lucros.

Foi o excesso de financiamento/endividamento fácil aos privados que esteve na base da bolha especulativa.

Para que conste que “O Estado” não é o único irresponsável deste país.

Portugal tem maiores vulnerabilidades no endividamento privado do que público Grande parte do nosso endividamento resulta das empresas privadas e do sistema bancário nacional.

Aí está um facto, estrategicamente ignorado, pela chusma de comentadores de uma comunicação social na total dependência do poder económico que repete diariamente a "cassette" do Estado despesista, para justificar cortes nos benefícios sociais e nos serviços públicos e bater mais no eterno culpado, o funcionário público.

Obviamente que não iriam defender cortes no verdadeiro despesismo do Estado... milhões para a BPNs, Lusopontes, Mota-Engil, Mellos e Espírito Santo na saúde, submarinos, privatizações ruinosas para benefício de Amorins, etc...etc...

Sobre o/a autor(a)

Professor e historiador.
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