6.6.23

porAlmerinda Bento

07 de junho 2023 - 23:37
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Não, não é nenhum número mágico. São 6 Anos, 6 Meses e 23 Dias que foram roubados aos professores, um tempo de serviço na carreira que foi cumprido e que o governo de maioria absoluta do PS tem negado aos professores.

Não, não é nenhum número da lotaria. Não, não é nenhuma palavra-passe. Não, não é nenhum número mágico. Mas, penso que hoje em dia, não são só os professores e o Ministério de Educação que conhecem este número de cor e o identificam com uma bandeira da luta dos professores. São 6 Anos, 6 Meses e 23 Dias que foram roubados aos professores, um tempo de serviço na carreira que foi cumprido e que o governo de maioria absoluta do PS tem negado aos professores. A palavra “roubado” que pode melindrar muita gente é afinal ajustada e compreendida por largos sectores da população e não apenas pelos professores.

Colocada como reivindicação cimeira no conjunto vasto das reivindicações da classe docente portuguesa, foi a luta pela sua concretização que tem levado milhares de professores à rua e a fazer greves e outras formas de luta como nunca antes se viu. Numa teimosia e arrogância que só o poder absoluto poderá justificar, o governo desvirtuou o exercício da negociação, fazendo reuniões que frustraram completamente os objectivos e deixaram um vazio que não é compaginável com uma negociação séria.

Logo pela manhã, na TSF e na televisão ouço e vejo imagens do que serão as movimentações na rua, neste dia carregado de simbolismo. Também o jornal “Público” se refere às lutas do final do ano lectivo, com destaque para as greves aos momentos de avaliação e às provas finais, aos serviços mínimos e aos colégios arbitrais que vão decidir sobre tudo isto.

Hoje, dia 6, do mês 6, do ano 23, os professores escolheram esta data para de novo mostrarem a sua intenção de não abrir mão duma reivindicação justíssima. A nível nacional, fazendo greve e manifestando-se nas duas principais cidades do País. A data é irrepetível e é simbólica. “6.6.23 já cá estamos outra vez!” “Não paramos, não paramos.” - iremos gritar mais logo no Porto e em Lisboa, porque enquanto o poder não descer dos seus gabinetes terá os professores e outros profissionais da educação na rua, que é o seu palco privilegiado de luta.

Artigo publicado em SPGL, a 6 de Junho de 2023

Almerinda Bento
Sobre o/a autor(a)

Almerinda Bento

Professora aposentada, feminista e sindicalista
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