Miguel Cardina

Miguel Cardina

Historiador, doutorado em História, investigador do CES/UC.

Coordenador do projecto CROME – Memórias Cruzadas, Políticas do Silêncio. As guerras coloniais e de libertação em tempos pós-coloniais, financiado pelo Conselho Europeu de Investigação

A Europa será um espaço de respeito pela autodeterminação, pelos direitos humanos e pelo que se considera estar “à margem”, ou será outra coisa qualquer. E essa outra coisa qualquer – que é na verdade a “Europa real” que hoje nos governa - é uma herança que não iremos querer prolongar e reinventar.

Maria Luís Albuquerque participou em Pombal numa iniciativa organizada pela JSD. Até aqui tudo normal. Como frequentemente acontece nestas ocasiões, com um público rendido à partida, a Ministra das Finanças esticou-se na linguagem.

Foi notícia esta semana um relatório da UNICEF sobre o impacto da crise nas crianças portuguesas. Entre 2010 e 2013, o número de casais desempregados inscritos nos Centro de Emprego cresceu 688%. Em 2012, cerca de um quarto das crianças em Portugal vivia em situação de privação material...

O sorteio dos Audis é um retrato de Portugal em 2014. Ou melhor, do poder político dominante que hoje redesenha o país.

Transformar o 25 de Abril numa espécie de 10 de Junho é uma forma de esquecer a revolução. Os 40 anos do 25 de Abril devem ser um pretexto para recordar a queda da ditadura mas também o profundo processo de transformação social que ocorreu de seguida.

Em 2014 teremos eleições – europeias, certamente; legislativas, provavelmente. O resgate sofrerá uma mutação mas, com o predomínio dos mesmos, teremos as mesmas políticas. E o ano será também marcado pelas comemorações dos 40 anos do 25 de Abril.

As Repúblicas são lugares ímpares com um lastro histórico que importa realçar. Acontece que a Nova Lei do Arrendamento Urbano veio ameaçar fortemente a continuidade destas casas comunitárias.

Teremos o Estado a pagar para que o ensino privado se desenvolva. Não há dinheiro? Para trazer concorrência à Educação, há.

Este ano a silly season antecipou-se e veio mais cedo. Mas com uma diferença: a patetice difusa não residiu tanto na “ligeireza” do que era noticiado mas no modo atabalhoado como se reagiu ao “peso” da realidade.

Nestes dias em que o sol, apesar de envergonhado, ameaça despontar, reivindiquemos as férias e as condições que as permitem.