António Costa talvez ainda não tenha percebido, mas este caminho de abertura de conflito com a esquerda é o que melhor serve o crescimento do Bloco e do PCP.
A situação era particularmente injusta: estavam a falsos recibos verdes e com baixos salários para um empregador que fugia à lei e que depois as obrigava a contribuições que tinham dificuldade em manter.
Uma súbita alteração da política do Governo pôs todo esse trabalho em causa. Já se tinha percebido que o PS queria cristalizar as alterações à lei laboral do tempo da troika e defendidas por PSD e CDS.
A lei de 2012 era totalmente desequilibrada, criou um problema muito maior do que aquele que existia e, em 2018, nem a própria Assunção Cristas tem coragem de a defender.
O Governo tem de decidir se pretende avançar, exigindo transparência e cumprimento da lei, ou se permite que o processo seja boicotado por alguns dirigentes da administração pública.
Rio não tem ou esconde o seu programa para o trabalho e para as relações laborais. É pena, porque a enorme maioria das pessoas em Portugal vive do seu trabalho e por isso este é um tema central na sua vida.