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Viragem política no Peru

Ollanta Humala, dirigente do Partido Nacionalista Peruano e em acordo político com vários partidos de esquerda, venceu as eleições no Peru em 5 de Junho, derrotando na segunda volta Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, que se encontra preso por corrupção. A derrota significa uma mudança política em relação aos anteriores presidentes, todos eles neoliberais, e representa uma mudança significativa na geopolítica do continente. Neste dossier, o Esquerda.net procura analisar a importância e os limites desta mudança.
Foto de littonoma, FlickR

Guillermo Almeyra prevê um governo na corda bamba, fruto do conflito provocado pelo indígenas e os pobres, que votaram massivamente em Humala e lhe vão exigir soluções para as suas reivindicações económicas e sociais, não encontrando por parte do governo disposição de enfrentar a direita. Para Emir Sader, estas eleições fecham um longo ciclo de governos neoliberais e abrem novas perspectivas para o país. Sarah Wolf lembra que Humala herda um país extremamente dividido em termos socioeconómicos, em que a maior parte da população luta única e exclusivamente pela sobrevivência. Já Mark Weisbrot considera que a eleição é um exemplo de como os eleitores podem ir contra a maioria dos ricos e da elite. Carlos Noriega ouviu especialistas que aconselham o novo presidente a não ceder às chantagens do mercado.

E, numa entrevista ao diário argentino Página/12, o presidente eleito diz que a pobreza no Peru deve-se a uma má distribuição da riqueza e afirma que vai cobrar o novo imposto sobre os lucros minerais.

Esta é, aliás, umas das principais medidas do programa de Humala, junto com o pagamento de uma reforma a idosos excluídos, melhorias salariais, creches infantis e diminuição do preço do gás, recorda um artigo da Prensa Latina. Finalmente, Atilio Boron analisa as mudanças no tabuleiro geopolítico regional num sentido contrário aos interesses imperiais.

Dossier coordenado por Luis Leiria

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Neste dossier:

Viragem política no Peru

Ollanta Humala, do Partido Nacionalista Peruano e apoiado por vários partidos de esquerda, venceu as eleições no Peru, derrotando na 2ª volta Keiko Fujimori. A derrota significa uma mudança política em relação aos anteriores presidentes, todos neoliberais, e uma mudança geopolítica significativa. Neste dossier, o Esquerda.net procura analisar a importância e os limites desta mudança.

Humala na corda bamba

É muito provável que os indígenas e os pobres que votaram massivamente em Humala lhe exijam soluções para as suas reivindicações económicas, sociais, ambientais e democráticas, e entrem em conflito com um governo que nem quer nem pode enfrentar a direita. Por Guillermo Almeyra, La Jornada

A vitória de Ollanta

Resultado das eleições presidenciais fecha um longo ciclo de governos neoliberais e abre novas perspectivas para o país, ao mesmo tempo que fortalece o campo dos processos de integração regional. Por Emir Sader.

E agora, o que irá reservar o futuro para o Peru de Humala?

Humala herda um país extremamente dividido em termos socioeconómicos, em que a maior parte da população luta única e exclusivamente pela sobrevivência – por vezes literalmente. Por Sarah Wolf, Socialist Worker

Mudança de Jogo

Aqueles partidos políticos e governos que querem ter a certeza de que são eleitos, têm de prometer e concretizar mudanças económicas e sociais reais. Por Mark Weisbrot

Os desafios do vencedor

Especialistas consultados pelo Página/12 assinalam que o presidente eleito Humala terá como principal desafio esquivar-se da pressão da direita económica a partir da sua estrutura partidária. Aconselham que não ceda “às chantagens” do mercado. Por Carlos Noriega.

‘Vamos corrigir a política económica’, afirma Ollanta Humala

Em entrevista ao diário argentino Página/12, o presidente eleito diz que a pobreza no Peru deve-se a uma má distribuição da riqueza, afirma que vai cobrar o novo imposto sobre os lucros minerais, e promete creches gratuitas para crianças menores de 3 anos e uma pensão para os maiores de 65 anos que não têm esse tipo de ajuda. Entrevista de Carlos Noriega.

Presidente eleito defende maior presença estatal na economia

O imposto sobre os grandes lucros mineiros é umas das principais medidas do programa de Humala, junto com o pagamento de uma reforma a idosos excluídos, melhorias salariais, creches infantis e diminuição do preço do gás. Pela Prensa Latina.

Os dilemas de Ollanta

O triunfo de Ollanta Humala modifica sensivelmente o tabuleiro geopolítico regional num sentido contrário aos interesses imperiais. Por Atilio Boron