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Viragem política no Peru
Guillermo Almeyra prevê um governo na corda bamba, fruto do conflito provocado pelo indígenas e os pobres, que votaram massivamente em Humala e lhe vão exigir soluções para as suas reivindicações económicas e sociais, não encontrando por parte do governo disposição de enfrentar a direita. Para Emir Sader, estas eleições fecham um longo ciclo de governos neoliberais e abrem novas perspectivas para o país. Sarah Wolf lembra que Humala herda um país extremamente dividido em termos socioeconómicos, em que a maior parte da população luta única e exclusivamente pela sobrevivência. Já Mark Weisbrot considera que a eleição é um exemplo de como os eleitores podem ir contra a maioria dos ricos e da elite. Carlos Noriega ouviu especialistas que aconselham o novo presidente a não ceder às chantagens do mercado.
E, numa entrevista ao diário argentino Página/12, o presidente eleito diz que a pobreza no Peru deve-se a uma má distribuição da riqueza e afirma que vai cobrar o novo imposto sobre os lucros minerais.
Esta é, aliás, umas das principais medidas do programa de Humala, junto com o pagamento de uma reforma a idosos excluídos, melhorias salariais, creches infantis e diminuição do preço do gás, recorda um artigo da Prensa Latina. Finalmente, Atilio Boron analisa as mudanças no tabuleiro geopolítico regional num sentido contrário aos interesses imperiais.
Dossier coordenado por Luis Leiria
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