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Obama depois da vitória

O jornal e site Socialist Worker, dos Estados Unidos, reuniu um painel de militantes e activistas de esquerda que escrevem sobre o que esperar do presidente eleito Barack Obama, e o que a esquerda deve fazer. Os depoimentos são de activistas de diversas áreas, da imigração, da saúde, do movimento anti-guerra.

A começar, Tariq Ali propõe que os activistas anti-guerra façam uma manifestação na tomada de posse e até sugere um slogan para uma faixa: "Parabéns Barack! Agora, fora de Cabul e do Iraque!". Howard Zinn considera que Vai ser preciso um movimento social renovado para empurrar Obama. Sharon Smith observa que a insatisfação de classe ficou patente nestas eleições . O presidente da direcção da organização Veteranos do Iraque Contra a Guerra (IVAW), Camilo Mejía, afirma que O movimento anti-guerra tem de continuar a luta pela paz e o escritor Anthony Arnove defende que Não deve haver lua-de-mel com Obama. Os editores do site de esquerda SleptOn.com defendem que Temos de readaptar-nos à nova realidade política e a activista dos direitos dos imigrantes Rosi Carrasco desafia o novo governo a assegurar que vai parar as rusgas e as deportações de imigrantes. Para concluir, o colunista Paul Harris, do britânico The Guardian, explica Por que a América não fará uma viragem à esquerda.

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Neste dossier:

Obama depois da vitória

O jornal e site Socialist Worker, dos Estados Unidos, reuniu um painel de militantes e activistas de esquerda que escrevem sobre o que esperar do presidente eleito Barack Obama, e o que a esquerda deve fazer. Os depoimentos são de activistas de diversas áreas, da imigração, da saúde, do movimento anti-guerra.

Por que a América não fará uma viragem à esquerda

A eleição de Barack Obama como 44º Presidente dos EUA - e o seu primeiro líder negro - tem sido celebrada como uma revolução e uma transformação. A ala direita dos republicanos teme que o seu país esteja a aderir ao presidente mais radical desde Roosevelt. Mas a análise dos votos e da própria personalidade de Obama revela muito menos mudança do que se pensa.

Temos de readaptar-nos à nova realidade política

Numa administração Obama, a esquerda política americana terá de se readaptar à realidade política. Uma avaliação honesta da nossa situação revelará muito trabalho para fazer em termos de educação política, organização, activismo e alcance dos recentemente envolvidos na candidatura de Obama - o que pode ser extremamente difícil, dado o grau elevado de ilusões.

Vai ser preciso um movimento social renovado para empurrar Obama

Confesso que estou entusiasmado com a ideia de Obama ser presidente, mesmo tendo um doloroso conhecimento das suas limitações - a sua suave e articulada inteligência, que abrange uma abordagem tradicional à política externa e doméstica, ajudada por um grupo de conselheiros reciclado da administração Clinton e de outras partes do establishment.

"Parabéns Barack! Agora, fora de Cabul e do Iraque!"

A antiga chefe do serviços de informações britânico afirmou que, na sua opinião, todo o conceito de "guerra ao terrorismo" foi mal conduzido desde o início, que foi uma reacção exagerada a um ataque terrorista.

O novo governo tem de assegurar que vai parar as rusgas e as deportações de imigrantes

Penso que esta eleição é histórica; é um grande momento estar aqui em Chicago, pois pela primeira vez temos um presidente que está contra todas as políticas que a administração Bush promoveu nos últimos oito anos. Penso que há esperança, não apenas para o movimento pelos direitos dos imigrantes, mas também para as pessoas que são contra a guerra e para todos os movimentos progressistas.

Não deve haver lua-de-mel com Obama

A primeira coisa a dizer é que não devia haver lua-de-mel. Os democratas já detêm a maioria na Casa e no Senado há dois anos, e no entanto continuam a financiar a ocupação do Iraque, a permitir escutas telefónicas sem mandatos, a expandir o orçamento militar.

O movimento anti-guerra tem de continuar a luta pela paz

Durante o debate eleitoral final para a Presidência dos EUA, na Universidade de Hofstra, em Hempstead, Nova York, membros dos Veteranos do Iraque Contra a Guerra (IVAW) solicitaram ao moderador, Bob Schieffer, que lhes permitisse colocar uma questão a cada um dos candidatos.

Insatisfação de classe ficou patente nestas eleições

Vale a pena recordar que, há apenas 50 anos, era negado a afro-americanos o direito de votar em eleições presidenciais, quanto mais candidatar-se a esse lugar. Esses direitos apenas foram conquistados depois da luta de massas do movimento pelos direitos civis ter finalmente afastado o Partido Democrático do seu legado segregacionista.