Manipulação da taxa Euribor sob investigação

O escândalo partiu do Reino Unido mas a investigação já incide sobre pelo menos quatro dos maiores bancos europeus: Crédit Agricole, HSBC, Deutsche Bank e Société Générale. O elo de ligação entre os quatro é um antigo corretor do Barclays.

28 de julho 2012 - 14:08
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Segundo informou o Financial Times, a Comissão norte-americana de regulação do mercado de futuros tinha acusado um corretor de ter "orquestrado a tentativa de alinhar as estratégias de corretagem entre corretores de vários bancos […] de forma a lucrar das suas posições nos mercados de futuros".



Mais tarde soube-se que o corretor em causa era Philippe Moryoussef, que trabalhou para o Barclays entre 2005 e 2007, e contactou vários corretores conhecidos noutros bancos com a finalidade de manipular as transações de permutas (swaps) a três meses indexadas à Euribor.



O envolvimento dos bancos europeus no esquema de manipulação da Euribor começou anos antes de rebentar a crise financeira. O Deutsche Bank anunciou ter recebido notificações para dar informações a alguns governos e entidades reguladoras relativas a vários períodos entre 2005 e 2011.



Segundo o diário alemão Der Spiegel, o banco pediu à Comissão Europeia e às autoridades suíças que investigam o escândalo da Libor para lhe ser concedido o estatuto de "arrependido" - à semelhança do Barclay's e da Union de Banques Suisses (UBS) - e assim evitar penas pesadas no fim do processo. Mas esse estatuto já não poderá ser assegurado ao Deutsche Bank nas investigações que decorrem em Inglaterra e nos Estados Unidos. Os restantes bancos também dizem estar a colaborar com as investigações e sublinham que até agora ninguém foi acusado de nenhum crime.

Graças à colaboração que garantiou um desconto de 30% na multa, o Barclays foi até agora a primeira vítima de sanções no escândalo da manipulação da Libor, tendo pago 362 milhões de euros às autoridades financeiras do Reino Unido e dos Estados Unidos.  Bob Diamond, CEO do Barclays, apresentou também a sua demissão do banco, tendo recebido uma indemnização de cerca de 2,5 milhões de euros.

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