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Crime ambiental no Golfo do México

O Golfo do México vive as consequências do maior derrame de petróleo no mar jamais ocorrido, provocado pela explosão, em 20 de Abril deste ano, da plataforma Deepwater Horizon, que matou 11 trabalhadores e feriu 17. Desde então, derramam para o mar 35 mil a 60 mil barris de crude por dia, e a British Petroleum tem-se demonstrado incapaz de interromper a fuga – todas as tentativas de fazê-lo falharam.
A mancha de petróleo já cobre uma área de pelo menos 6.500 quilómetros quadrados, devastando a vida marinha e os habitats das costas dos estados de Louisiana, do Mississippi, do Alabama e da Flórida. O governo de Barack Obama atribuiu todas as responsabilidades do desastre à BP, responsabilizando-a pela remoção do petróleo e pelo pagamento dos prejuízos, de forma a deixar tudo como estava. Mas nem uma coisa nem outra vão acontecer – há habitats que demorarão décadas a recuperar e a BP fará tudo para pagar o menos possível.
E isto apesar de cada vez ficar mais claro que a BP conhecia os riscos de explosão da plataforma e não empreendeu as medidas necessárias para garantir a máxima segurança, sempre tendo em vista os seus lucros; e não existiam planos de contingência para casos como este. A catástrofe do Golfo põe também em causa a segurança da extracção de petróleo em águas profundas, que é cada vez mais comum.
O dossier que preparámos mostra as irresponsabilidades da BP neste acidente que estava à espera de acontecer; Naomi Klein relata a extensão do desastre para as comunidades locais e como este é uma ferida violenta infligida à própria Terra; enquanto a sociedade civil se organiza diante do derrame, a Europa está à mercê de catástrofes como esta; nenhuma região do mundo tem sido tão devastada por catástrofes causadas por petrolíferas como o Delta do Níger, recorda Ricardo Coelho; lembramos ainda a história da BP, que nasceu como Anglo-Iranian Oil Company, e observamos que as multas às empresas poluidoras quase não têm impacto.
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