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14 partidos e coligações apresentam-se ao voto

O Tribunal Constitucional de Angola admitiu, para às eleições legislativas de 5 de Setembro, as candidaturas de dez partidos políticos e de quatro coligações.Abaixo, a lista completa e um pequeno resumo da sua história.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA)

Governa Angola desde 1975 até aos dias de hoje. Começou como um movimento de luta pela independência de Angola. Fundado em 1956 ou em 1961 (há polémica sobre esta data), agrupou as principais figuras do nacionalismo angolano. Declarou a independência em 1975, quando estalou a guerra civil e governou Angola como partido único até à abertura política em 1991. Em 1992, Angola viveu as suas primeiras eleições e o MPLA venceu-as, embora essa vitória não tenha sido aceita e o país tenha voltado à guerra. Tem 124 deputados no actual parlamento.

http://www.mpla-angola.org/main.php

União Nacional de Independência Total de Angola (UNITA)

Foi fundada em 1966, por dissidentes da FNLA e do GRAE - Governo de Resistência de Angola no Exílio, de que Jonas Savimbi, fundador da UNITA, era ministro das Relações Exteriores. No início, a UNITA procurou apoiar-se sobretudo na etnia Umbundu, à qual Jonas Savimbi pertencia. Depois da independência angolana em 1975, no quadro da Guerra Fria, a UNITA recebeu apoio logístico do governo do apartheid sul-africano e dos EUA. Refutou os resultados das eleições de Setembro de 1992, relançando a guerra civil. Em Fevereiro de 2002, Savimbi foi morto na província do Moxico. Após a sua morte, a UNITA tornou-se num partido civil e abandonou a luta armada. Tem 64 deputados no actual parlamento.

http://www.unitaangola.org/

Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA)

Fundada em 1954 comos União dos Povos do Norte de Angola (UPNA), depois União dos Povos de Angola (UPA), iniciou a luta armada contra o colonialismo na região do norte de Angola em 15 de Março de 1961. Mais tarde, voltaria a ser rebaptizada para Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA). O seu líder foi Holden Roberto até à sua morte em 2007. O movimento conheceu o seu maior enfraquecimento nos anos 80, pela deserção de alguns dirigentes que foram para o MPLA. O afastamento de Holden Roberto levou à cisão do partido em duas alas, que se reaproximaram e fundiram no congresso de Dezembro de 2005. Tem 5 deputados no actual parlamento.

Partido de Renovação Social (PRS)

O Partido de Renovação Social (P.R.S.) foi fundado a 18 de Novembro de 1990 em Luanda, "por um grupo de patriotas de origem social humilde e camponesa com o propósito de defender os interesses do povo angolano que há muito vem almejando a construção de uma sociedade justa, onde todos os angolanos possam usufruir uma vida feliz e melhor para o seu bem estar." Defende o Federalismo como o melhor sistema de organização de estado e de governação para o país. Tem 6 deputados no actual parlamento. É presidido por Eduardo Kuangana.

http://www.prs-angola.com/

Partido Liberal Democrático (PLD)

É o quinto maior partido do actual parlamento, com três deputados. Foi criado por angolanos exilados em Lisboa e registado em Angola em 1992. A fundadora é Anália Maria Caldeira de Victória Pereira Simeão. É membro pleno da Internacional Liberal e defensor do liberalismo como a única opção para o país.

Partido Renovador Democrático (PRD)

Foi formado por sobreviventes e simpatizantes do grupo dissidente MPLA-PT, de Nito Alves, assassinado durante o trágico episódio do abortado golpe de Estado de 1977. Em Setembro de 1991, foi o primeiro partido reconhecido pelo Supremo Tribunal. É presidido por Luís da Silva Passos.

 
Partido Apoio Democrático e Progresso de Angola (PADEPA)

Foi registado em 1995. No seu programa de governo, dá prioridade à saúde materno-infantil, assim como à formação profissional-técnica. É presidido por Luís Silva Cardoso, depois de uma cisão em que foi expulso o fundador, Carlos Leitão, em 2007. Leitão actualmente apoia a Unita.

FpD (Frente para a Democracía)

Inscrita no Tribunal Supremo em 1992, a FpD tem representação parlamentar em consequência da eleição de um deputado nas eleições de 1992 pela coligação Angola Democrática, AD. Define-se como "um espaço político para o debate e o equacionamento dos problemas nacionais, em ordem a buscar respostas adequadas para a conquista e valorização da Paz, como objectivos essenciais para acção politica, bem como para os desafios do desenvolvimento nacional e da modernização do país." Afirma a adesão a um conjunto de valores como a democracia, a liberdade, igualdade, justiça social, paz, solidariedade e tradições humanistas. O presidente é Filomeno Vieira Lopes

http://www.fpd-angola.com/

Angola Democrática - Coligação (AD-Coligação)

É a única coligação do actual parlamento, fundada em 1992 e constituída hoje por cinco partidos: UDA, PAL, PDPA, PNEA e MDIA-PCN. O seu presidente (que também é presidente da UDA) é K

 
Nova Democracia (ND)

Coligação de seis partidos (MPDA, PSIA, UND, PSL, UAPDD e ANIA) registada só em 2008. A maioria dos seus partidos pertencia à coligação Partidos da Oposição Civil, mas deixaram-na. O lema da coligação é dar emprego e pão para todos. O presidente é Quintino Moreira, também presidente do MPDA.

 
Plataforma Política Eleitoral (PPE)

Coligação de partidos fundada em 2004 e registada em 2008. São nove partidos, entre eles a Aliança Nacional Democrático (AND), o Partido Democrático Unificado de Angola (PDUA) e o Partido Nacional Independente de Angola (PNIA). É presidida por José João Manuel.

 
Fórum Fraternal Angolano Coligação (FOFAC)

Coligação criada em 1997 e registada em 2008. São quatro partidos: o Partido Angolano Conservador do Povo (PACOPO), Frente Nacional de Desenvolvimento Democrático de Angola (FNDDA), Partido Democrático dos Trabalhadores (PDT) e Partido Juvenil da Social Democracia (PRESA/PJSD). O presidente da coligação é Artur Quixona Finda.

Partido de Aliança da Juventude, Operários e Camponeses de Angola (PAJOCA - PP)

Foi fundado em1991. Conquistou um deputado nas eleições de 1992, Alexandre Sebastião André, que é o actual presidente do partido. Foi criado por um grupo de militares que romperam com o MPLA quando este abraçou o capitalismo. Incluía, no início, muitos oficiais do Exército. Também tinha no início ligações com o movimento "Mãos Livres", organização humanitária criada com o objectivo de dar voz aos pobres. Considera-se um partido de centro-esquerda.

Partido Democrático para o Progresso de Aliança Nacional de Angola (PDP-ANA)

Foi fundado em 1991, e no início dirigido por um ex-quadro da FNLA,  Mfulumpinga Landu Victor. Apoiou Savimbi para a presidência em 1992. O presidente actual é Sediangani Mbimbi. Na campanha, fala de reconciliação nacional, educação, e da família como instituição fundamental. Tem um deputado no actual parlamento.
 

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Neste dossier:

Dossier Eleições em Angola

Sexta feira, 5 de Setembro, realizam-se eleições legislativas em Angola. Decorrem dezasseis anos depois das eleições que terminaram dramaticamente na continuação da brutal guerra entre o MPLA e a UNITA, num período de acentuado crescimento económico, onde as injustiças sociais e as limitações às liberdades continuam a ser gritantes.

O voto certo» é no MPLA

Em suma, a hora não é para experiências. No nosso contexto e na actual conjuntura do país, nacional e internacional, o voto certo é o voto no MPLA. Para isso, não é preciso ser do MPLA. Os próprios militantes ou simpatizantes da UNITA poderão fazê-lo. Como se sabe, o voto é secreto.

11 razões para votar na FpD - Porquê a FpD…

"A minha opção por apoiar a FpD decorre da sensibilidade que ela possui para as questões sociais. Vejo na FpD a firme vontade de ver reduzido o nível de sofrimento do nosso povo. É ela que melhor interpreta a necessidade de se promover a igualdade do género, a busca de melhores oportunidades para a juventude, os direitos dos trabalhadores..."

Angola: Eleições livres e justas em dúvida

A organização internacional de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch, a 13 de Agosto de 2008, tomou posição sobre o decurso das eleições em Angola, considerando que a intimidação de partidos da oposição e dos media e a interferência na comissão eleitoral ameaçam as perspectivas de uma votação livre e justa em 5 de Setembro. A HRW apelou ainda ao governo angolano para que garanta 4 questões essenciais e apresentou pontos fundamentais que os observadores internacionais devem ter em conta.

Não há eleições justas sem respeito pelas regras do Estado democrático de direito...

A Associação Justiça, Paz e Democracia (AJPD), associação angolana que se tem destacado na defesa dos direitos humanos no seu país, tomou posição pública a 18 de Agosto, alertando para situações graves e anómalas no processo eleitoral. Em comunicado, assinado pelo seu presidente Fernando Macedo, a AJPD denunciou, nomeadamente, "a propaganda permanente do Governo de Angola nos órgãos de comunicação social do Estado (RNA, TPA e Jornal de Angola)".

Entrevista com Luiz Araújo

O esquerda.net entrevistou Luiz Araújo sobre as eleições de 5 de Setembro 2008 em Angola. Luiz Araújo é director da Associação cívica angolana SOS Habitat, que se tem destacado pela defesa dos direitos humanos em Angola.

Silêncio, que se vai votar em Angola

Na próxima semana há eleições em Angola pela primeira vez em 16 anos. Esta é, sem dúvida, uma boa notícia. Mas, tirando esse facto, pouco se sabe sobre o que realmente se está a passar neste país africano. O silêncio dos média internacionais, e em particular dos portugueses, num período de campanha eleitoral, diz muito sobre as condições em que as eleições estão a ser preparadas.

14 partidos e coligações apresentam-se ao voto

O Tribunal Constitucional de Angola admitiu, para às eleições legislativas de 5 de Setembro, as candidaturas de dez partidos políticos e de quatro coligações.Abaixo, a lista completa e um pequeno resumo da sua história.

Uma lágrima pelo povo e pelo Estado de Angola

As autoridades "competentes", da Administração do Estado, dirigida pelo Governo de José Eduardo dos Santos, autorizaram a demolição do Mercado do Kinaxixe. Ao autorizá-la esse Governo destruiu património africano herdado da colonização europeia que nos co-engendrou como nação. Destruiu e deitou fora parte da memória colectiva da Cidade de Luanda e do País. Um moderno shoping center vai ser erguido no espaço do Mercado do Kinaxixe por gente detentora e ou cliente do poder.

A transição em Angola por Boaventura de Sousa Santos

Apesar do vertiginoso crescimento económico dos últimos anos, Angola continua entre os 10 países com mais baixo desenvolvimento humano. Calcula-se que as reservas do petróleo terminarão dentro de 20 anos. Angola não tem muito tempo para se tornar uma sociedade mais justa e mais livre.