A saúde precisa de ciência, não precisa de ser gerida com base em teorias da conspiração mais ou menos recentes propaladas pelas redes sociais. É um perigo enorme não apenas para os americanos, mas para todo o planeta, dar a responsabilidade da saúde a alguém como Robert F. Kennedy Jr.
O investimento anunciado no SNS é de 852 milhões de euros. Fica desde já uma previsão, que terei todo o gosto de revisitar daqui por um ano: 2025 não será diferente. Este será mais um ano perdido de investimento na saúde.
Poderiam ser evitados, a nível mundial, 25% das mortes de mulheres na área da saúde materna, com melhor acesso a métodos de contraceção e aos cuidados de saúde relacionados com a IVG. Está na hora de se ser realmente pró-vida e salvar estas mulheres.
A OMS declarou que o novo surto de Mpox representa uma emergência internacional de saúde pública. O esforço para controlar este surto é de todos. A história tem mostrado as duras consequências da inação, da desigualdade no acesso a vacinas e testes, ou da caridade performativa.
Não é plausível que as unidades de saúde familiares modelo C consigam atrair novos profissionais de fora do SNS. Pelo contrário, há o risco, assumido publicamente, de desvio de recursos humanos do próprio serviço público.
Um SNS robusto, presente e de proximidade, garante equidade e sustentabilidade financeira, dá um contributo imprescindível na coesão social, na consecução dos projetos de vida e no desenvolvimento económico. Não podemos abandonar metade do país para uma crescente insegurança de ausência de apoio na saúde.
Os problemas da saúde são estruturais e demoram tempo a resolver. Se é verdade que a anterior maioria absoluta é, em parte, responsável pelas dificuldades que estamos a enfrentar, torna-se cada vez mais evidente que o atual Governo, pouco ou nada fez para inverter o cenário que há muito se adivinhava.
Autonomia, pela diminuição do centralismo e do controlo, quase que direto, do ministério da saúde e, especialmente, do das finanças. As promessas de maior autonomia são mais que muitas e de longa data, mas sem consequências práticas.
O próprio propósito da CPI é estranho e confuso. Esta comissão nunca iria acrescentar nada de útil e novo a este caso, o que se verifica na prática pelo muito circo e barulho que se ouve. Afinal, o objetivo da extrema-direita era precisamente esse.
Os resultados das eleições nos Estados Unidos irão influenciar as atitudes e as políticas públicas de saúde na Europa. A saúde não pode ser moralista e tem de ser baseada na evidência científica.