Mariana Mortágua

Mariana Mortágua

Deputada. Dirigente do Bloco de Esquerda. Economista.

Os valores do investimento público deste Executivo são humilhantes e mostram o paradigma de um Governo bloqueado pelo sucesso do seu próprio ministro das Finanças.

Desde o dia 5 de janeiro que centenas de trabalhadoras da antiga Triumph, em Sacavém, às portas de Lisboa, guardam dia e noite a fábrica a que deram vida e que agora são forçadas a abandonar.

Quem precisa de aceder à canábis para uso terapêutico, ou quem acompanha a situação, conhece a revolta de saber que há um tratamento mais indicado que, por ignorância e preconceito, não está legalmente disponível.

Nos EUA há 46 milhões de pessoas que não têm um seguro de saúde. Há poucas pessoas em Portugal que tenham a coragem de defender o modelo dos EUA.

O acordo feito em 2015 respondia e responde ao essencial: travar a austeridade e recuperar rendimentos, parar a terraplanagem de direitos sociais e a delapidação dos serviços públicos. Mas, para responder pelo país, é preciso mais.

Os CTT provaram ser uma referência inspiradora para grupos privados. Mas são também um exemplo de má prestação de serviço público e, sobretudo, de um negócio ruinoso para a própria empresa, para o Estado e para o país.

O novo regime não resolverá o problema da precariedade ou dos falsos recibos verdes (para isso foi aprovada a Lei Contra a Precariedade), mas faz justiça com todos aqueles que há anos se debatem com um sistema injusto e ineficaz.

As IPSS são um negócio que movimenta muitos milhões de euros, e que é pouco ou nada escrutinado e questionado. Um Estado fora do Estado.

Rejeitemos ilusões otimistas ou tentações megalómanas: o Eurogrupo não deixará de ser o Eurogrupo por ter Mário Centeno como presidente.

A alteração do sentido de voto do Partido Socialista é a prova da força do lóbi da energia em Portugal.